Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, afirmou nesta sexta-feira (18) que, em sua visão, atualmente, da maneira como está funcionando, “o teto de gastos é mais problema do que solução”. A declaração do ex-governador de São Paulo foi feita durante entrevista ao canal “CNN Brasil”.
Na ocasião, Geraldo Alckmin, que é o coordenador da transição de governo, disse que o futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) irá trabalhar em um novo modelo de âncora fiscal. Nesse sentido, o vice do petista diz que a “responsabilidade fiscal precisa ser permanente”.
Conforme o vice de Lula, a proposta do futuro governo tem como foco o “superávit primário com a perspectiva de curva da dívida e gastos do governo”. “Mas isso tem que ser discutido ouvindo, debatendo e não é para esse momento”, disse ele.
A ideia revelada por Geraldo Alckmin é parecida com a apresentada pelo Tesouro Nacional no começo da semana. Na proposta, baseada em uma sugestão do secretário de Fazenda e Planejamento de São Paulo, Felipe Salto, propõem-se uma nova âncora fiscal.
Felipe Salto indica ainda a necessidade de se combinar o limite da dívida, teto de gastos e meta de superávit primário, com um fundo de reserva. Na visão dele, isso permitirá previsibilidade à política fiscal.
De acordo com Geraldo Alckmin, nos últimos dias, as conversas têm feito com que seja possível chegar no entendimento de que, “embora a intenção seja boa, o teto de gastos, do jeito que está hoje, é mais problema do que solução”.
“Tanto que não foi cumprido ano nenhum”, afirmou o ex-governador de São Paulo ao relembrar que o governo do atual presidente Jair Bolsonaro (PL) causou um furo de quase R$ 800 bilhões no teto de gastos. Por fim, Geraldo Alckmin voltou a dizer que o mercado não deve se preocupar, pois “Lula é um exemplo de responsabilidade fiscal”.
“Durante os seus dois mandatos, ele teve superávit primário todos os anos, então foi um governo com absoluto rigor fiscal”, disse ele. Nos últimos dias, Lula tem sido criticado pelo mercado, pois tem defendido furar o teto de gastos, o que afeta a responsabilidade fiscal. Por conta das críticas, assim como publicou o Brasil123, Lula chegou a dizer que nunca viu “mercado tão sensível”.