O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), agora pode sofrer punições caso volte a atacar a lisura das urnas eletrônicas ou do processo eleitoral como um todo. Isso, porque, no domingo (24), assim como publicou o Brasil123, o chefe do Executivo se tornou, de forma oficial, candidato à reeleição neste ano.
A informação sobre essas possíveis punições foram reveladas nesta segunda-feira (25) pelo jornalista Valdo Cruz, da “Globo News”. Na ocasião, ele afirmou que procuradores eleitorais e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos por ele afirmam que, com a condição de candidato, Bolsonaro fica sujeito a:
- Multas;
- Perder tempo de TV e Rádio;
- E, em último caso, ser cassado e perder seu registro da candidatura.
Nas últimas semanas, Bolsonaro voltou a fazer ataques ao sistema eleitoral, dizendo que as eleições brasileiras correm o risco de não serem seguras. Na semana passada, ele organizou um encontro com embaixadores estrangeiros para externar suas acusações sobre o processo eleitoral – segundo Valdo Cruz, o gesto repercutiu muito mal entre políticos e juristas.
Antes de confirmar sua candidatura à reeleição, existia uma divergência entre procuradores e ministros do STF sobre que tipo de sanção Bolsonaro, na condição de presidente, poderia sofrer. Na ocasião, uma parte do meio jurídico entendia que punições não se aplicariam a um pré-candidato.
Agora, como candidato oficial, o fato pode mudar. Valdo Cruz revela que ministros do STF perceberam que Bolsonaro tende a adaptar seu discurso. Prova disso é que, no domingo, ele voltou a criticar ministros do STF, dizendo que os “surdos de capa preta” precisam ouvir o povo e jogar dentro das quatro linhas. No entanto, sem citá-los nominalmente.
Não suficiente, notou-se que Bolsonaro, diferentemente da maioria dos eventos anteriores, não atacou as urnas eletrônicas. Para um ministro do STF, também em entrevista ao jornalista da “Globo News”, a postura do chefe do Executivo mostra que ele já fez um discurso adaptado à nova realidade de candidato à reeleição.
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