O Ministro da Defesa, Braga Netto, foi convocado nesta terça-feira (03) pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados para explicar o conteúdo veiculado em uma reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Na matéria em questão, o jornal atribuiu ao ministro uma ameaça à realização das eleições de 2022. Assim como publicou o Brasil123, Braga Netto teria enviado um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), no dia 8 de julho.
No recado, a ordem teria sido clara: se não for aprovado o voto impresso e “auditável”, as eleições de 2022 não iriam acontecer. Logo após a reportagem, Braga Netto divulgou uma nota negando as informações veiculadas pelo jornal.
Hoje, o voto impresso é uma das principais causas defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados e também um dos temas que tem causado mais polêmicas e divergências entre os poderes.
Prova disso é que, na segunda-feira (02), uma nota conjunta assinada pelos Ex-presidentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), desde 1988, foi divulgada em defesa do modelo atual das eleições no Brasil.
“A contagem pública manual de cerca de 150 milhões de votos significará a volta ao tempo das mesas apuradoras, cenário das fraudes generalizadas que marcaram a história do Brasil”, diz um trecho do texto.
A nota ainda lembra que a urna eletrônica é usada nas eleições desde 1996 e nunca houve fraude. “Jamais se documentou qualquer episódio de fraude nas eleições. Nesse período, o TSE já foi presidido por 15 ministros do Supremo Tribunal Federal”, disse o documento.
O requerimento para a convocação do Ministro da Defesa, de autoria do deputado Rogério Correia (PT-MG), foi aprovado por 15 votos a 7 na comissão. Com isso, Braga Netto deverá comparecer ao colegiado no próximo dia 17 de agosto.
Segundo o parlamentar que pediu pela convocação, o motivo do chamado é que “a suposta ameaça, se confirmada, se constitui em grave crime praticado contra o sistema democrático”.
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