Um levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostrou que o preço dos combustíveis subiu na semana e bateu um novo recorde. Divulgado na sexta-feira, 24, o estudo mostra que a gasolina e o diesel estão mais caros, o que representa que o bolso dos brasileiros passará a comprar menos nos próximos dias. E isso vale para todos os estados do Brasil.
Além disso, chamou a atenção o fato de o diesel estar mais caro que a gasolina, na média. Segundo o estudo, isso não acontecia desde 2004. Dessa forma, os fretes no país devem ficar ainda mais caros, o que pesará nas prateleiras dos supermercados.
Combustíveis nas alturas
O preço do diesel e da gasolina estão em valores recordes. Na semana passada, o preço médio da gasolina ficou em R$7,39, 2,2% maior que o valor da semana passada, quando estava em R$7,23. Por outro lado, o diesel teve uma alta ainda maior, passando de R$6,906 para R$7,568, aumento de 9,6%. Para o etanol, o valor ficou em R$4,83.
E as notícias podem não ser boas no futuro. Isso porque, mesmo com a alta, o preço do petróleo não caiu tanto assim, e o dólar fechou em alta expressiva, o que sugere que os combustíveis podem subir ainda mais. No mercado internacional, o barril do petróleo fechou cotado a US$108, uma queda de 3,44%. Contudo, o dólar operou em alta, indo de R$5,19 a R$5,22, uma alta de 1,05%. Com isso, especialistas dizem que os custos de produção e importação de gasolina e diesel ainda são altos, o que sugere que um novo aumento pode estar próximo.
Segundo a ANP, esse é o maior valor nominal dos combustíveis desde que o levantamento semanal começou, em 2004.
Clima pesado na economia brasileira
Com a notícia de que os preços aumentaram, o clima fica mais pesado para a economia brasileira. Isso porque o Governo Federal busca diversas medidas para baixar os valores da gasolina e do diesel, encontrando resistência nos governos estaduais e criando conflitos internos, principalmente dentro da Petrobrás.
Vale lembrar que há 6 dias, o então presidente da estatal, José Mauro Coelho, pediu demissão do cargo após sofrer pressões políticas. Vale lembrar que, antes de pedir demissão, o governo já tinha decidido retirá-lo do cargo, mas ainda estudava nomes que assumiriam a pasta. A principal crítica do governo é que os presidentes da Petrobrás não conseguem diminuir o preços dos combustíveis aos consumidores. Por outro lado, especialistas dizem que o preço da gasolina está ligado ao dólar e ao petróleo e por isso, mexer nos cargos da empresa não terá muito efeito prático.
Além disso, outra medida que o Executivo buscou foi limitar o ICMS nos combustíveis. Agora, os estados poderão cobrar uma alíquota máxima de 18% sobre esses produtos. A medida, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, gerou insatisfação dos governadores, que buscaram o STF para mediar as negociações.
Para os próximos dias, especialistas dizem que é inevitável que os preços da gasolina e do diesel subam ainda mais. Isso porque o Brasil ainda cobra um preço defasado sobre os combustíveis e, por isso, haverá a necessidade de reajustar os preços para cima. Além disso, vale lembrar que esse problema é mundial, causado principalmente pelo conflito no leste europeu entre Rússia e Ucrânia.