Nesta última quinta-feira (4), a Acelen, empresa que faz a gestão da Refinaria de Mataripe, anunciou redução no preço dos combustíveis para o Estado da Bahia. Nesse sentido, foi anunciando um corte de 8% em três combustíveis: gasolina, diesel s10 e o diesel s500. Segundo a companhia, os preços praticados seguem critérios de mercado, levando em conta variáveis como o custo do petróleo.
O produto refinado é adquirido a preços internacionais, com o dólar e frete embutido, e pode variar tanto positivamente quanto negativamente. Um outro ponto destacado pela Acelen é que a empresa conta com uma política de preços transparente, além de ser amparada por critérios técnicos e estar em linha com as práticas internacionais do mercado de óleo e gás.
Refinaria de combustíveis receberá investimentos de R$12 bilhões
A Refinaria de Mataripe, gerida pela Acelen e controlada pelo Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes, assinou com o governo baiano um memorando de entendimentos para a construção de uma planta de diesel verde (HVO) e querosene de aviação sustentável (SAF). A princípio, o investimento será de R$12 bilhões nos próximos dez anos, disse a empresa.
Nesse sentido, o projeto deve desembolsar 50% e 60% do total do valor citado já nos próximos quatro anos. O investimento busca produzir 1 bilhão de litros por ano, o que deve reduzir em até 80% as emissões de CO2 com a substituição do combustível fóssil por um combustível mais verde.
Para isso, a nova planta deve usar a infraestrutura da Refinaria de Mataripe, como água, energia, vapor e o Terminal Madre de Deus (Temadre), que foi adquirido junto com a unidade. Além disso, será construída uma unidade de geração de hidrogênio sustentável para realizar o hidratamento dos combustíveis. As obras deverão ser iniciadas em janeiro de 2024.
Nova planta de refino usará soja e milho como base produtiva
Segundo o memorando, em um primeiro momento, haverá a produção de 20 mil barris diários de diesel verde (HVO, ou Hydrotreated Vegetable OIL) e querosene de aviação sustentável (SAF ou Sustainable Aviation Fuels) feito a partir da soja ou milho. Atualmente, Mataripe tem capacidade de refinar 300 mil barris de petróleo por dia, o que representa 14% do consumo nacional de combustíveis.
Além disso, o memorando também prevê a realização de estudos para desenvolver o uso da macaúba como matéria-prima para a produção de combustíveis. A macaúba deverá ser usada em pequena escala em 2029 e 2030, atingindo a produção plena a partir de 2035. Já a segunda fase do projeto prevê a plantação de macaúba em uma área de 200 mil hectares, dando prioridade a terras degradadas.
A previsão é que o projeto gere cerca de 90 mil empregos e um impacto econômico de R$85 bilhões nos próximos 10 anos. “Eu costumo dizer que esse negócio de ESG (sigla para ambiental, social e de governança) na veia”, afirmou Lyra, sobre o impacto socioambiental que terá a nova planta para o estado da Bahia. Na primeira fase do projeto, a expectativa é exportar toda a produção do combustível verde e os primeiros embarques deverão ocorrer no primeiro trimestre de 2026.
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