Os combustíveis estão cada vez mais caros no país. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referentes à semana passada, o preço médio do diesel no país foi de R$ 6,674. Já a gasolina estava custando R$ 7,21 nos postos de combustíveis no período.
Estes preços estão bem mais altos do que no início do mês devido aos reajustes promovidos pela Petrobras. A saber, a estatal elevou o preço do litro do diesel em 24,9% e o da gasolina em 18,8% para as refinarias do país.
Isso aconteceu devido ao valor internacional do barril de petróleo, que supera os US$ 110. Aliás, o barril encostou nos US$ 140 em meados de março, época em que chegou a acumular uma valorização superior a 60% em 2022. Em suma, estes preços estão muito altos por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia, que chegou hoje ao 36º dia.
Como a gasolina e o diesel são derivados do petróleo, os repasses acabam sendo passados para os combustíveis. A Petrobras até revelou que segurou os reajustes o máximo possível, mas elevou os preços “para que o mercado brasileiro [continuasse] sendo suprido, sem riscos de desabastecimento”.
Combustíveis mais caros afetam preços de diversos produtos
Embora o encarecimento tenha ocorrido para os combustíveis, vários outros produtos também estão mais caros por causa da elevação dos preços do petróleo. Na verdade, a commodity afeta diretamente diversas atividades no país.
Em resumo, o transporte de insumos precisa dos combustíveis para acontecer. Da mesma forma, diversas máquinas usadas na produção também precisam de combustíveis derivados do petróleo para funcionar. O frete final também acabou reajustado para o consumidor final. Ou seja, boa parte da economia se baseia no petróleo, direta ou indiretamente.
Para entender a importância desta commodity na economia brasileira, basta lembrar da greve de caminhoneiros em 2018. À época, os trabalhadores cruzaram os braços devido aos altos preços dos combustíveis.
Isso gerou diversos impactos no país, como falta de abastecimento em várias regiões do país, cancelamento de voos por falta de combustíveis, suspensão de aulas em escolas e faculdades, paralisação de produção em fábricas, redução na frota de ônibus do transporte público e suspensão de procedimentos em hospitais.
Os economistas alertam para o risco de mais elevação dos preços de diversos produtos no país. Em síntese, não há expectativas para o fim da guerra na Ucrânia no curto prazo e a inflação no país, que já está bastante elevada, deve subir ainda mais. O brasileiro precisa preparar o bolso para gastar cada vez mais.
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