Democracia? Nada disso, afirmou nesta quinta-feira (19) Waheedullah Hashimi, um dos principais comandantes do Talibã, ao comentar sobre o regime político que seria adotado pelo Afeganistão após o grupo extremista ter tomado o país para si.
Segundo o comandante, o Afeganistão terá que seguir as regras da lei sharia, ou seja, a tendência é que o Talibã institua determinações parecidas com as adotadas de 1996 a 2001, tempo em que a organização esteve no país.
De acordo com Waheedullah Hashim, não existe nenhuma possibilidade de o país adotar um regime democrático para a escolha de seus líderes. Sendo assim, especialistas políticos afirmam que, provavelmente, o Afeganistão será governado por um conselho que vai observar a sharia, a lei islâmica.
Haibatullah Akhundzada, líder Talibã, é o cotado vai estar no comando desse conselho, ou seja, será uma espécie de presidente do país. “Não haverá nada como um sistema democrático porque isso não tem nenhuma base no nosso país, nós não vamos discutir qual será o tipo de sistema político que vamos aplicar no Afeganistão porque isso é claro: a lei é sharia, e é isso”, afirmou o comandante.
Assim como aconteceu no final dos anos 90, começo dos anos 2000, o Talibã adorará uma interpretação restrita e literal da sharia. Nesse sentido, o grupo já afirmou que os direitos das mulheres serão respeitados dentro do código religioso.
Levando em consideração a última vez que o Talibã esteve no comando do Afeganistão, a tendência é de um tempo sombrio para as mulheres. Isso porque, na primeira passagem pelo país, os líderes do grupo extremistas determinaram que as mulheres não poderiam trabalhar e nem mesmo frequentar as escolas, por exemplo.
Por fim, a informação é a de que as regras sobre como as mulheres deverão se vestir provavelmente serão decididas por um conselho de acadêmicos do Islamismo na próxima semana.
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