Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, que desde janeiro deste ano é comandante-geral do Exército, afirmou nesta segunda-feira (03), durante entrevista ao jornal “O Globo”, que seu objetivo à frente do Exército é “afastar a política” da corporação, que nos últimos anos, esteve atrelada à direita por conta do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).
“Meu objetivo é afastar a política do Exército. Somos profissionais e temos que focar no nosso trabalho”, disse o general, que assim como publicou o Brasil123, assumiu a corporação alguns dias após o 08 de janeiro, data em que apoiadores radicais de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Congresso Nacional e Palácio do Planalto.
Recentemente, já sob o comando de Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva, o Exército divulgou uma lista onde constam as prioridades de sua gestão. De acordo com ele, o Exército continuará cumprindo suas missões previstas na Constituição Federal. Isso, “alinhado aos anseios da sociedade e aos valores e tradições nacionais”.
“Os integrantes da Força, homens e mulheres, alicerçados no caráter de nossa gente e unidos pelo amor à pátria, trabalharão para o Exército Brasileiro continuar a cumprir suas missões previstas na Carta Magna, alinhado aos anseios da sociedade e aos valores e tradições nacionais”, disse ele.
Exército não comemorou aniversário da ditadura
Na semana passada, mostrando a intenção de modificar o modo de agir do Exército nos últimos anos, foi decretada a ordem para não se comemorar o 31 de abril, data comemorativa para o golpe militar de 1964. De acordo com as informações, a decisão de deixar a data passar em branco partiu de Tomás Paiva, e teve a anuência do ministro da Defesa, José Múcio Monteiro.
O fato não vinha sendo relatado nos últimos anos, visto que, durante a gestão de Bolsonaro, a ordem do dia era emitida com elogios à ruptura democrática no país. Na gestão de Bolsonaro, a distribuição de documento com elogio ao golpe foi fato inédito desde a criação do Ministério da Defesa, em 1999. A celebração de 1964 dividia opiniões nas Forças Armadas, sendo que, antes da administração de Bolsonaro, a data somente era lembrada por alguns comandantes de unidades do interior do país.
O fim da comemoração do golpe militar já era discutida desde quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumiu o poder. No entanto, a ideia de abolir as comemorações para a data foi reforçada após os episódios criminosos no dia 08 de janeiro, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF).
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