Devido a uma recomendação médica, o presidente Lula decidiu adiar a sua viagem à China, considerada a mais importante do ano. A viagem será remarcada por conta do diagnóstico de broncopneumonia. Com isso, especialistas acreditam que o arcabouço fiscal, adiado por conta do compromisso, pode sair antes do esperado. Essa é uma das notícias mais aguardadas pelo mercado.
Isso porque o novo arcabouço fiscal, que define as regras de gastos do governo, é fundamental para entender como ficarão as contas públicas nos próximos 4 anos. A nova regra já teve diversos adiamentos, mas o texto do projeto está nas mãos de Lula.
Arcabouço fiscal pode ser revelado antes
Por conta de um diagnóstico de pneumonia, o presidente Lula informou que cancelou a viagem. A nova data de ida ainda não foi confirmada. Além dele, toda a comitiva do governo cancelou a visita oficial, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Com isso, economistas acreditam que o arcabouço fiscal pode sair antes do previsto.
Isso porque, segundo Lula, anunciar o novo arcabouço fiscal e ir à China não permitiria que o governo explicasse o projeto ao Legislativo. “O Haddad tem que anunciar e ficar aqui para debater, para responder, para dar entrevista, conversar com o sistema financeiro, conversar com a Câmara, conversar com o Senado, conversar com os outros ministros, conversar com os empresários. O que não dá é a gente avisar e ir embora. Vai eu, vai o Haddad, vai um monte de gente embora para a China”, disse Lula na última semana.
Agora, com a ida cancelada e sem desculpas para adiar o anúncio, a ala econômica do governo deve trabalhar com mais ênfase para colocar o projeto em votação. Isso porque o novo arcabouço fiscal precisa de aprovação através de um projeto de lei complementar, o que depende da votação de deputados e senadores. Por isso, a importância de conversar com o Legislativo.
Economia precisa de um alívio
Segundo economistas, o anúncio do arcabouço fiscal deve ser uma das pautas prioritárias do governo. Isso porque os dados da economia mostram uma dificuldade de os investidores estrangeiros acessarem o Brasil, além de os dados da inflação já mostrarem sinais de desaceleração. Contudo, as taxas de juros, que precisam baixar, seguem sendo pressionadas para cima por conta da desconfiança no governo.
Por isso, o projeto do arcabouço fiscal servirá para ancorar as expectativas do mercado, gerar mais previsibilidade para a economia e, com isso, dar mais confiança aos investidores estrangeiros. Com isso, o processo de redução das taxas de juros pode começar já nos próximos meses.
Na prática, isso significaria uma menor taxa de empréstimo e de financiamento, o que gera mais crédito na economia, gerando empregos e maior crescimento. Segundo especialistas, o adiamento do anúncio preocupa e gera questionamentos dos agentes econômicos.