Nesta segunda-feira (12), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que preside o colegiado, marcaram para o dia 21 de junho, quarta-feira da próxima semana, a sabatina pela qual Cristiano Zanin Martins, indicado a uma cadeira no Supremo Tribunal Federal (STF), deverá passar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Com a data marcada, o indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin, deve começar a desfazer o nós para que sua indicação seja aprovada.
Investidas políticas
Nas últimas semanas, o indicado do presidente Lula dedicou seu tempo a observar as interações entre os legisladores nos bastidores. Ele já visitou senadores da oposição, como os líderes oposicionistas Rogério Marinho (PL-RN) e Carlos Portinho (PL-RJ). No entanto, a turnê desta semana deve se concentrar principalmente nas bancadas, prova disso é que, para terça-feira (13), Zanin já possui reunião marcada com a liderança do PSD. Além disso, há a expectativa de que Zanin se encontre com a bancada do MDB.
Além disso, nesta semana, o senador Weverton Rocha (PDT-MA) oferecerá em sua residência um jantar ao indicado com a presença de diversos senadores. É possível comparecerem até parlamentares de oposição. Assim, deseja-se um clima favorável para que a aceitação por parte de Zanin da vaga deixada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que se aposentou em 11 de abril, seja menos complicada.
Sobre Cristiano Zanin
Zanin participou da defesa de Lula durante a Operação Lava Jato, o que levou à sua captura. Nos últimos anos, Zanin tornou-se amigo do presidente. Foi ele o responsável por lançar os argumentos jurídicos que libertaram o petista da prisão. Além disso, ele também é autor do pedido de suspeição do então juiz da Lava-Jato e agora senador pelo Paraná, Sergio Moro (União). Desse modo, foi a partir da atuação de Zanin que o STF reestabeleceu os direitos políticos de Lula, no qual a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas reconheceu que a prisão de Lula, violou o devido processo legal e que, por isso, a proibição de participar da eleição violou os direitos políticos do atual presidente.
Vale destacar que, à época da indicação, no início deste mês, o nome do advogado foi elogiado por ministros da Corte. Os ministros Luiz Luiz Fux e Nunes Marques consideraram “ótima” a indicação. Luís Roberto Barroso classificou a atuação de Zanin como “de elevada qualidade profissional” em casos que tramitaram no STF. “Da minha parte, será muito bem-vindo”, afirmou. Por fim, o ex-ministro Ricardo Lewandowski, titular da cadeira hoje vaga no Supremo, disse que Zanin será “um magistrado competente e imparcial”.