Geraldo Alckmin (PSB), vice-presidente eleito, classificou nesta quinta-feira (08) como “coisa de menino mimado” os atos antidemocráticos deflagrados por apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), que não aceitam sua derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A declaração de Geraldo Alckmin foi feita durante uma entrevista ao canal “Globo News”, enquanto ele comentava o movimento do presidente do Peru, Pedro Castillo, que assim como publicou o Brasil123, foi preso após ter tentado dissolver o Congresso do país.
“Atentar contra a democracia é crime e deve ser tratado dessa forma. Tem que ter paciência, o Executivo, resiliência. Isso é coisa de menino mimado, que perde o jogo, pega a bola e leva embora”, disse Geraldo Alckmin. Ainda segundo o vice de Lula, a democracia deve ser um princípio básico da sociedade. Nesse sentido, Geraldo Alckmin pontua que o sentido é o inverso da autocracia, que é um governo baseado na vontade particular de alguém.
“Democracia é um valor, um princípio basilar. Eu, estudante de medicina, me filiei ao velho MDB para ajudar na redemocratização do país. Autocracia é um governo pessoal, de vontade pessoal, e democracia é o povo”, afirmou ele. Além de comentar sobre a democracia, Geraldo Alckmin também falou sobre o processo de se fazer um ajuste fiscal nas contas públicas. De acordo com ele, o foco da gestão Lula será “fazer mais com menos verba”.
“Eu sou adepto da eficiência econômica, da austeridade, do rigor no gasto público. O ajuste fiscal é interminável. Sempre procurando fazer mais com menos verba”, disse o vice eleito ao ser questionado sobre a situação fiscal do país em meio à tentativa de aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) de Transição que prevê aumentar o limite do teto de gastos para o cumprimento de promessas eleitorais.
Para Geraldo Alckmin, a PEC é necessária, pois, em sua visão, o atual teto de gastos, feito para limitar o crescimento das despesas públicas, é “pouco factível”. “Todo ano tem extrateto. Em 2020, o déficit primário, sem pagar nada da dívida, foi 10% do PIB. Mais de R$ 700 bilhões, não são 150. Vai dizer ‘foi a pandemia’, mas a pandemia teve no mundo inteiro, o México teve superávit de 0,1%”, disse ele.
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