A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Brasil em 2021. A saber, a nova estimativa aponta para uma alta de 6,1%, ante crescimento de 6,9% projetado em julho.
Além disso, o Informe Conjuntural do 3º trimestre, publicação da CNI, manteve a projeção de crescimento do PIB brasileiro em 4,9% em 2021. Em resumo, este dado se manteve inalterado graças à recuperação firme dos serviços do país, que representam 60% do PIB.
Ao mesmo tempo, a tecnologia da informação vem apresentando um bom desempenho, segundo a CNI, bem como os segmentos de logística e serviços técnico-profissionais. Já os serviços prestados às famílias, que foram fortemente afetados pela pandemia da Covid-19, estão mantendo o ritmo forte de recuperação.
De acordo com o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a economia do Brasil está voltando gradativamente à normalidade. Por isso, os conhecidos problemas voltam a ficar evidentes. Contudo, desta vez, há novos desafios, trazidos pela crise sanitária.
“Brasil realmente precisa das reformas tributária e administrativa e a manutenção do compromisso fiscal para seguir o caminho do crescimento consistente, capaz de aumentar o emprego e a renda das famílias. Além disso, à incerteza fiscal se adiciona a política, acirrada com a proximidade do ano eleitoral, o que prejudica a confiança dos agentes econômicos, dado que previsibilidade é essencial para o investimento”, explicou Robson Braga de Andrade.
O planeta ainda sofre com gargalos na cadeia de oferta. As matérias-primas seguem limitadas e o mundo teme uma crise energética na China. Aliás, os preços da energia estão cada vez mais altos em todo o planeta.
Resultado negativo da indústria de transformação pesa na projeção
Segundo a CNI, o desempenho negativo da indústria de transformação no primeiro semestre puxou para baixo a previsão para o PIB industrial neste ano. Nesse caso, o segmento deve crescer 7,9%, em vez de 8,9%, como projetado anteriormente.
Isso deve ocorrer justamente por causa da falta de matérias-primas para a indústria e do alto custo da energia. O Brasil ainda enfrenta uma inflação cada vez mais alta e os juros no país crescem no mesmo passo para segurar a taxa inflacionária.
“O aumento acumulado de custos compromete a competitividade dos produtos brasileiros e prejudica, em especial, a indústria de transformação, que concorre com produtos importados no mercado doméstico e enfrenta concorrência de outros países em suas exportações”, explicou Marcelo Azevedo, gerente de Análise Econômica da CNI.
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