A quarta projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta para um crescimento menor do varejo brasileiro em 2020. Em suma, a entidade revisou novamente a estimativa de crescimento do setor econômico do país. Com isso, o varejo em 2021 deve crescer 3,1% em relação a 2020. A saber, a terceira previsão apontava para uma elevação de 3,5%, enquanto a segunda indicava um crescimento de 3,9%, e a primeira estimava alta de 4,2%. Isso mostra que, ao passar do tempo, a CNC projeta avanços cada vez menores para o varejo brasileiro.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a dependência do setor ao comércio físico puxa as estimativas pra baixo. No entanto, ele destaca que as vendas on-line vêm crescendo desde o início da pandemia. “A demora na vacinação da população e o aumento recorde de casos estão fazendo com que cidades e estados fechem seus comércios, o que será refletido na crise. Estamos dialogando com as autoridades para mostrar que o comércio formal trabalha com segurança e responsabilidade. A saúde é prioridade, sem dúvida, mas acreditamos que é possível fazê-lo sem descuidar do emprego, da economia e do social”, destaca Tadros.
Vale ressaltar que o levantamento da CNC tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de dezembro. A divulgação do levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aconteceu hoje (12). Por isso, a queda registrada em janeiro deste ano fez a CNC reduzir a projeção de crescimento para o comércio varejista em 2021.
Varejo vai sofrer em 2021
Segundo a CNC, o varejo brasileiro deve enfrentar diversas dificuldades em 2021. Isso porque a pandemia da Covid-19 está cada vez mais forte no país, que enfrenta, agora, em março, o pior momento da crise sanitária. Recordes de casos e mortes estão sendo superados constantemente, enquanto a vacinação segue a passos lentos. E, para tentar conter o avanço do novo coronavírus, diversos governadores estão adotando medidas mais restritivas de circulação de pessoas. Isso afeta diretamente o comércio varejista, que não deve crescer o esperado.
Por fim, o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, lembrou que o varejo do país despencou 17% nas vendas entre março e abril do ano passado. “Diante da adoção de novas medidas restritivas a partir de fevereiro e março de 2021, o cenário de curto prazo que se impõe ao setor, certamente, será desafiador, pelo menos até a primeira metade do ano atual”, explicou Bentes.
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