O comércio varejista deve ter um crescimento menor que o estimado anteriormente. É o que aponta a nova projeção da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em suma, a entidade revisou a estimativa de crescimento do setor econômico do país. Com isso, o varejo em 2021 deve crescer 3,5% na comparação com o resultado do ano passado. A saber, a última previsão apontava uma elevação de 3,9%, enquanto a primeira estimativa indicava alta de 4,2%.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o principal fator que puxou a estimativa para baixo foi o avanço da pandemia da Covid-19 no Brasil. “A desaceleração das vendas no último mês de 2020 sinalizou claramente a necessidade de se acelerar o processo de imunização da população”, destaca Tadros. Em outras palavras, ele disse que o avanço do comércio eletrônico não é suficiente para o varejo, pois este é um setor de consumo predominantemente presencial.
Vale ressaltar que o levantamento da CNC tem como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de dezembro. A divulgação do levantamento, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aconteceu hoje (10). Aliás, esta queda no último mês do ano fez a CNC reduzir a projeção de crescimento para 2021.
Varejo cresce num ano de retração econômica
Segundo o economista da CNC, Fabio Bentes, o comércio eletrônico e os benefícios disponibilizados pelo governo federal ajudaram o setor varejista em 2020. “A disponibilização do auxílio emergencial e o crescimento das vendas on-line foram fundamentais para permitir o avanço em um ano no qual a economia apresentou contração de mais de 4% em comparação com o ano anterior”, afirmou.
Por fim, Bentes disse que as vendas do varejo começaram após a redução do valor do auxílio emergencial. “Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, por exemplo, o volume de vendas de novembro (+3,6%) cresceu em um ritmo notadamente mais fraco do que aquele percebido até outubro (+8,4%). Em dezembro (+1,2%), a desaceleração foi ainda mais significativa, sugerindo que, como o fim do programa a partir de janeiro de 2021, o setor tende a colher resultados ainda mais fracos”, finalizou.
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