O setor de serviços deve registrar uma queda de 0,9% em 2022. Pelo menos é o que aponta a nova estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Em suma, a entidade acredita que os juros mais altos, em meio à recuperação dos efeitos da variante Ômicron, impactarão o volume de serviços. Aliás, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou hoje que o setor de serviços recuou 0,1% em janeiro.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a queda em janeiro ocorreu, em parte, devido à explosão de casos da Ômicron no país. Isso fez diversos estados retomarem o isolamento social para conter a disseminação da Covid-19.
“A circulação de pessoas havia apresentado clara tendência de avanço desde a segunda onda da pandemia, mas o cenário se modificou de 2021 para 2022, prejudicando o nível de atividades do setor e interrompendo a sequência de dois meses de avanço no volume de receitas”, afirmou Tadros.
Receita do setor de turismo deve crescer em 2022
A CNC também revelou sua projeção para o setor de turismo brasileiro em 2022. A entidade estima que o volume de receitas do turismo crescerá 1,6% em relação a 2021.
Apesar do avanço projetado, a CNC destacou a diferença entre a geração efetiva de receitas e o potencial mensal do segmento de turismo. Em suma, o setor registrou perda de R$ 11,8 bilhões nesta equação. Inclusive, o turismo brasileiro acumula um prejuízo de R$ 485,1 bilhões desde o início da crise sanitária.
As projeções para o turismo do país são tímidas devido ao cenário macroeconômico atual. Embora seja esperado o aumento da demanda, a CNC também leva em consideração o aumento dos preços de diversos itens, bem como os reajustes nos transportes e na alimentação fora do domicílio.
Como a inflação segue firme em 2022, a expectativa é que os juros no país permaneçam elevados por mais tempo que o esperado. “O aperto monetário poderá se prolongar por um período maior que o anteriormente esperado, em razão de resiliência inflacionária impulsionada pelo conflito no leste da Europa“, disse o economista da CNC, Fabio Bentes.
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