Dirigentes dos principais clubes de futebol de Rio de Janeiro e também de São Paulo estiveram em Brasília nesta terça-feira (12) para uma reunião com integrantes do Ministério da Fazenda. Na ocasião, eles sinalizaram que querem uma fatia maior do montante capturado através da Medida Provisória que regulamenta e tributa as empresas de apostas eletrônicas.
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Recentemente, o ministro Fernando Haddad afirmou que a pasta tem a expectativa de arrecadar R$ 15 bilhões por ano com a tributação em questão. Hoje, a legislação estabelece que 1,63% da receita líquida das apostas seja revertida aos clubes, visto que as empresas exploram as imagens das agremiações e atletas. Como essa lei ainda não foi regulamentada, os clubes estão tentando fazer com que esse percentual seja maior. Por isso, uma contraproposta deve ser apresentada na próxima semana.
De acordo com informações do canal “CNN Brasil”, nesta terça, estiveram em Brasília representantes do Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense, Botafogo e Bahia. Conforme o canal, o Ministério da Fazenda pretende manter na MP os mesmos percentuais da Lei 13.756, que determina que 5% da receita líquida das empresas de apostas sejam divididos da seguinte forma: 2,55% para o Fundo Nacional de Segurança Pública; 0,82% para a educação básica e 1,63% para os clubes. Todavia, a pasta tem deixado claro que está aberta a sugestões.
Segundo o canal, a avaliação é que, para que os clubes consigam aumentar a fatia do bolo, existem dois caminhos. O primeiro seria reduzindo o dinheiro que ficaria com a União para investir em segurança pública e educação. O segundo é reduzindo o faturamento das empresas de apostas. Segundo interlocutores da Fazenda, a primeira opção está descartada pelo ministro Fernando Haddad.
Integrantes do governo dizem que Fernando Haddad quer finalizar a MP nas próximas semanas, mas está disposto a conversar com todos os atores. Até o momento, foram realizadas quatro reuniões entre representantes da Fazenda e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Recentemente, os dirigentes da CBF procuraram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pediram uma reunião diretamente com o ministro, visto que Fernando Haddad não esteve em nenhum desses encontros. Como Haddad está na China, a próxima reunião está marcada para a sexta-feira (14), com o secretário-executivo da Fazenda, Gabriel Galípolo.
Nas conversas anteriores, integrantes da CBF sugeriram que a entidade fique com 4% da receita das casas de apostas, algo que não tem aval da equipe econômica – segundo a “CNN Brasil”, os clubes deixaram claro ao governo que a CBF não os representa nessas negociações.
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