Após o impeachment de Wilson Witzel, com votação de 10 a 0 no julgamento, Cláudio Castro assumiu em definitivo o Governo do Rio na manhã deste sábado (1º).
A cerimônia de posse ocorreu na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, sem a presença do presidente Bolsonaro que é aliado do novo governador.
Uma nova solenidade, desta vez no Palácio Guanabara, está marcada para esta tarde.
Cerimônia de posse
Castro chegou à Assembleia acompanhado da mulher e do filho, com pouco mais de uma hora de atraso.
Antes da cerimônia, foi feito um minuto de silêncio pelas vítimas da Covid-19.
A sessão foi presidida pelo presidente da Casa, deputado André Ceciliano, que atribuiu a posse do governador como “um novo capítulo” na história do estado do Rio.
Um dos autores do pedido de impeachment do governador afastado do Rio de Janeiro, o deputado Luiz Paulo disse esperar do novo governador que ele cuide “com muito zelo” do tesouro estadual e se afaste dos corruptos.
O deputado estadual Márcio Pacheco, líder do governo na Alerj, lembrou que, através desse processo de impeachment, o Rio de Janeiro enfrentou um enorme desgaste político.
O Atual secretário estadual de Saúde, Carlos Alberto Chaves, disse que Castro deu todo apoio nas ações de combate ao coronavírus nos últimos meses.
Fim da era Witzel
A posse de Castro marca o último ato do rito de afastamento de Witzel, que deixou o cargo no dia 28 de agosto de 2020, por determinação do Superior Tribunal de Justiça durante investigação sobre desvios em contratos da saúde do estado.
Desde então, Claudio Castro era o governador interino do Rio.
Aos 42 anos, o político se torna o governador mais jovem do Rio de Janeiro desde a redemocratização.
Com um perfil conciliador, em 2018, foi escolhido para compor a chapa de Wilson Witzel ao governo do estado.
Os dois obtiveram 4.675.355 votos.
Wilson Witzel foi definitivamente afastado em julgamento do Tribunal Especial Misto, na última sexta-feira (30).
O placar final foi de 10 votos a favor do impeachment e nenhum contra.
Ao final da sessão, ainda foi decidida a inelegibilidade de Witzel por um período de cinco anos.
Os dez membros do colegiado defenderam a condenação do ex-juiz por crime de responsabilidade, superando os dois terços do colegiado necessários para o impeachment.
Com isso, Witzel se tornou o primeiro governador no país a ser afastado em definitivo por meio de um processo de impeachment desde a redemocratização.
Witzel foi acusado de crime de responsabilidade e de irregularidades na contratação dos hospitais de campanha para o combate à pandemia do coronavírus.
Também foi responsabilizado por supostamente ter favorecido um empresário ao anular a punição a uma organização social por sua atuação na Secretaria de Saúde.
O ex-governador é acusado de participar de uma “caixinha da propina” na Secretaria da Saúde, da qual seria destinatário de 20% do arrecadado pelo esquema.
A informação faz parte da delação do ex-secretário da pasta Edmar Santos, exonerado por Witzel no início da pandemia.
O ex-governador nega todas as acusações.