O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Raul Araújo, autorizou a abertura de um inquérito da Polícia Federal contra o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ainda no ano passado. Cláudio Castro foi denunciado por suposta participação em um esquema de corrupção entre os anos de 2017 e 2020, quando ocupou os cargos de vereador e, posteriormente, vice-governador.
O pedido feito pela PGR teve com base a delação do empresário Marcus Vinícius Azevedo da Silva, que acusou Cláudio Castro de receber propina em troca de favorecimentos em contratos tanto da Prefeitura do Rio de Janeiro quanto do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Ainda, de acordo com a delação, Castro teria recebido valores ilícitos de Flávio Chadud, diretor da empresa Servlog.
Nesse sentido, o empresário foi preso durante a Operação Catarata, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, que buscava a investigação de fraudes em licitações. Os desvios teriam causado prejuízo de ao menos R$32 milhões aos cofres públicos. A Operação Catarata denunciou 25 pessoas por crimes de corrupção.
O processo tramitava na 26ª Vara Criminal do Rio, no entanto, foi encaminhado ao STJ em julho de 2022 após um dos réus ter firmado acordo de delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro acusando Cláudio Castro, que, como ocupa o cargo de governador, só pode ser julgado pelo STJ.
Cláudio Castro teria usado dinheiro público para bancar viagem para Orlando
A Operação Catarata investigou um esquema de corrupção na Fundação Leão XIII, órgão do governo do estado do Rio de Janeiro responsável por políticas de assistência social. De acordo Marcus Vinícius Azevedo da Silva, o atual governador, Cláudio Castro, utilizou o dinheiro da Fundação para bancar uma viagem para Orlando com sua família.
“(Castro) foi fazer uma viagem com a família para Orlando. Ele, a atual primeira-dama, os filhos, cunhado, foi uma galera junto. Parte dos recursos que pagaram a viagem do Cláudio e da família lá em Orlando saiu dos cofres da contabilidade do (programa Leão XIII) ‘Novo Olhar’ e foi direto para Orlando. Quando ele chegou lá, o dólar tava lá. Não precisou sacar aqui. A pessoa só chegou e entregou pra ele. Na época foi o equivalente a 20 mil dólares, se eu não me engano”, disse Marcos Vinícius, ao delatar o governador Cláudio Castro.
Além disso, uma outra acusação sobre Cláudio Castro foi o recebimento de R$100 mil em dinheiro na época em que era vice-governador, de uma empresa fornecedora da Fundação Leão XIII. A princípio, o pagamento teria sido realizado em julho de 2019 em um shopping na Barra da Tijuca. Algumas imagens mostram o governador chegando e saindo do local com uma mochila, onde supostamente estaria o dinheiro, segundo o inquérito.
Segundo assessoria do governador Cláudio Castro, “como está indicado no despacho do inquérito, Cláudio Castro não está sendo denunciado nem indiciado, já que o Ministério Público não encontrou nenhum elemento capaz de vincular a ele qualquer irregularidade”.
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