O senador Ciro Nogueira (PP), que desempenhou a função de ministro da Casa Civil na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta segunda-feira (08) que acredita na inocência do ex-presidente da República no caso da suposta adulteração de seu cartão de vacinação contra a Covid-19.
Durante entrevista ao canal “CNN Brasil”, Ciro Nogueira afirmou que não teme o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que foi preso na semana passada no âmbito das investigações, que apuram a prática de crimes na inserção de dados falsos sobre vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde (SI-PNI e RNDS).
“O presidente não teme nada. Um homem que tem um celular que não tem nem senha não teme nada na vida. Bolsonaro é um homem muito correto, espontâneo, honesto. Eu não tenho dúvida que a sua inocência, a sua forma de ver o país será respeitada, e que tudo vai ser esclarecido, e ele sairá muito mais forte desse processo do que entrou”, afirmou Ciro Nogueira.
Ainda durante a entrevista, Ciro Nogueira afirmou que não acredita em nenhuma punição a Bolsonaro por ele não ter recebido a vacina contra a Covid-19. Nessa esteira, ele também afirma não crer na inelegibilidade de seu aliado. “Como vai ser punido por uma coisa dessa?”, começou o ex-ministro.
“Ele pode ser criticado por não ter se vacinado, foi uma decisão dele. Mas jamais punido eleitoralmente. O que tem a ver uma coisa com a outra? Espero que isso não ocorra e que a população brasileira tenha o direito de fazer suas escolhas, independentemente de vontade de quem quer que seja de tornar o presidente inelegível”, completou Ciro Nogueira.
A estratégia da defesa de Bolsonaro
Assim como publicou o Brasil123, a defesa de Bolsonaro considera que a estratégia de tentar responsabilizar o tenente-coronel Mauro Cid pelo suposto esquema de fraudes em registros de vacinação contra a Covid-19 não tem sido suficiente para evitar implicações jurídicas contra o ex-chefe do Executivo.
Para poder deflagrar a estratégia, a defesa de Bolsonaro optou por liberar o ex-presidente para um depoimento somente depois que a Justiça conceder aos advogados todos os detalhes da investigação, permitindo, desta forma, que seja possível rebater de forma técnica ponto por ponto.
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