Ciro Nogueira (PP), ministro-chefe da Casa Civil, revelou nesta terça-feira (01) ter sido “autorizado” pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado no domingo (30) pelo chefe do Executivo eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a conduzir o processo de transição entre o atual e futuro governo.
A declaração de Ciro Gomes aconteceu após Bolsonaro ter falado pela primeira vez desde o segundo turno das eleições. Nesta terça, o presidente, ao próprio ministro da Casa Civil, disse que as pessoas sentirão falta da equipe que atualmente comanda o Palácio do Planalto. “Vão sentir nossa falta”, disse o chefe do Executivo.
“O presidente Jair Bolsonaro me autorizou, quando for provocado, com base na lei, nós iniciaremos o processo de transição”, afirmou Ciro Nogueira, que ainda revelou ter conversado com Gleise Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT).
“A presidente do PT, segundo ela em nome do presidente Lula, disse que na quinta-feira será formalizado o nome do vice-presidente Geraldo Alckmin. Aguardaremos que isso seja formalizado para cumprir a lei do nosso país”, prosseguiu.
"Vão sentir saudade da gente", diz @jairbolsonaro ao ministro @ciro_nogueira antes de iniciar seu pronunciamento. pic.twitter.com/aDzkigLoXJ
— O Antagonista (@o_antagonista) November 1, 2022
A transição de governo
O processo de transição de governo está previsto tanto em lei quanto em decreto. Ambos, que foram editados em governos anteriores, não exigem nenhuma autorização presidencial, ou seja, o presidente não precisa autorizar ou não a ação, que é coordenada pela Casa Civil, que entrega os documentos à equipe do novo governo e ainda nomeia uma equipe que, com 50 pessoas, irá trabalhar durante os dois meses que antecedem a posse do novo chefe do Executivo.
Em entrevista concedida ao canal “Globo News”, Gleisi Hoffmann (PT) afirmou ter conversado com Ciro Nogueira ainda na segunda. Segundo ela, na ocasião, o ministro já havia se prontificado a ajudar.
“Ele me falou que está à disposição, que foi uma determinação do presidente de se instalar o processo de transição, que eu poderia passar a ele os nomes para ele fazer as nomeações. Que o CCBB está à disposição também. Queremos, a partir de quinta-feira (03), estar lá para montar a equipe”, disse a presidente do PT, que desempenhou a função de coordenadora geral da campanha de Lula.
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