Ciro Gomes (PDT), ex-ministro e ex-governador do Ceará, afirmou em um seminário na Universidade de Lisboa, em Portugal, que não se vê mais representando uma corrente de opinião e que tem algo errado com ele. Ele também criticou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ele disse que não pretende mais ser candidato à presidência da república por enquanto e que quer se desintoxicar. “Eu quero me desintoxicar, porque não é razoável… a partir de um certo limite você tem que ter humildade. Eu não represento uma corrente de opinião mais. Eu me sentia representando uma corrente de opinião. Eu não sinto mais. Eu sou um democrata visceral mesmo. E assim, alguma coisa está errada comigo. Não é com o povo. Não, não. Eu não sou Bolsonaro nem o Lula que consideram o povo brasileiro um objetivo”, disse Ciro Gomes.
Ele também criticou a manutenção do presidente do Banco Central, bem como a manutenção dos presidentes da Câmara e do Senado, para Ciro, não há projeto no atual governo, do qual inclusive seu partido faz parte. “O presidente do Banco Central em maio do ano passado é o mesmo até hoje. O presidente da Câmara e do Senado são os mesmos por acordo. “O outro diz que é estabilize e tal”, disse o ex-candidato à presidência.. Sobre Bolsonaro, Ciro disse que “a semente da perversão de ultradireita explode novamente no Brasil nas mãos de um imbecil”, de “um ladrãozinho vulgar”.
Para Ciro Gomes, Lula é “responsável por reacionarismo do Brasil”
O ex-ministro Ciro Gomes também fez uma avaliação do novo governo em discurso para estudantes da faculdade de direito da Universidade de Lisboa. Ele afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o “responsável pelo reacionarismo no Brasil” e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está “entregue à banqueirada”. É a primeira vez que o presidenciável, grande crítico do PT e de Lula, faz uma avaliação do novo governo.
Ciro também comentou uma reportagem do GLOBO, ao qual revelou que o senador Davi Alcolumbre (União-AP) indicou emendas sob suspeita de superfaturamento. Ciro criticou a Codevasf por fazer investimento superfaturado no Amapá neste governo e disse que a direção e as práticas que estão lá são as mesmas, é por lá que se esvai o orçamento secreto.
Apesar disso, Ciro avaliou que Lula não teve “o devido processo legal” e disse que deseja que o governo acerte. Ele diferenciou o petista do ex-presidente Jair Bolsonaro e disse que com Lula ele se senta para tomar uma cerveja e dizer essas verdades todas para ele. Com Bolsonaro, ele não sairia.
Quando comentou sobre a área econômica, Ciro Gomes criticou a gestão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, desaprovando a indicação de Gabriel Galípolo, secretário-executivo da Fazenda, para uma diretoria no BC. Ciro afirmou que a demissão de Campos Neto deve ser provocada pelo Conselho Monetário Nacional.
Por fim, ele também criticou a nova regra fiscal que está sendo analisada pela Câmara e foi construída pelo ministro. Ciro questionou se é justo fazer um novo teto de gastos com o nome arcabouço fiscal e um arrocho absoluto na taxa de inversão. Ele também mencionou que a taxa de investimento do Brasil hoje é a menor da história.