O ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) na manhã desta quarta-feira (15). De acordo com a corporação, a ação, que tem o parlamentar entre os investigados, acontece por conta de supostas irregularidades nas obras feitas com o objetivo de ampliar a Arena Castelão, estádio usado para a Copa do Mundo de 2014.
Em sua conta no Twitter, Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência, chamou de “abusiva” a operação da PF, que cumpriu 14 mandados de busca e apreensão em Fortaleza, Meruoca e Juazeiro do Norte, cidades do Ceará, e também em São Paulo, capital, Belo Horizonte, em Minas Gerais, e São Luís, no Maranhão.
“Até esta manhã, eu imaginava que vivíamos, mesmo com todas imperfeições, em um país democrático. Mas depois da Polícia Federal subordinada a Bolsonaro, com ordem judicial abusiva de busca e apreensão, ter vindo a minha casa, não tenho mais dúvida de que Bolsonaro transformou o Brasil num Estado Policial que se oculta sob falsa capa de legalidade”, disse o ex-governador.
Ainda em sua rede social, Ciro Gomes afirmou que tem 40 anos de vida pública e nunca foi acusado e nem processado por corrupção. Nesse sentido, ele afirma, a operação teve como intuito atrapalhar sua pré-candidatura à Presidência da República.
“Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pré-candidatura à presidência da república. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018”, disse.
A operação da PF
Em nota, a PF afirmou que as investigações mostraram que existiram fraudes entre os anos de 2010 e 2013, período este que o Ceará era governado por Cid Gomes, irmão de Ciro. Ainda conforme a corporação, há indícios de pagamentos de R$ 11 milhões em propinas em dinheiro ou, em outros casos, disfarçadas de doações eleitorais.
“As supostas propinas teriam sido pagas para que uma empresa vencesse a licitação das obras da Arena Castelão e também, durante a execução do contrato, para que pudesse receber os valores devidos pelo governo do Ceará”, detalhou o órgão federal.
Por fim, a PF ainda explicou que os investigados pela corporação poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, fraudes em licitações, associação criminosa, corrupção ativa e passiva. Até o momento, não há informações sobre os outros alvos da operação.
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