Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à Presidência da República, afirmou que uma parcela dos eleitores que se identificam com o presidente Jair Bolsonaro (PL) são nazistas, fascistas e anticiência. A declaração do ex-governador do Ceará foi feita durante uma entrevista concedida à rádio “CBN Campinas”.
Na ocasião, ele foi perguntado sobre os índices de intenção de voto tanto de Bolsonaro quanto de aliados como Tarcísio de Freitas e Claudio Castro, pré-candidatos aos governos de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.
Para Ciro Gomes, existem duas hipóteses para explicar os índices. “Primeiro, o Brasil tem aí 10%, 12%, 15% de eleitores que se identificam com o Bolsonaro. São nazistas, fascistas, são anticiência, são homofóbicos”, disse o pré-candidato, dizendo ainda que essas pessoas acreditam na terra plana, exploram a religiosidade popular e “temas da moral popular que o PT e esse identitarismo estúpido acabam aperfeiçoando”.
“Isso são 10%, 12% que explicam, por exemplo, porque o Tarcísio, que é um cara do Rio de Janeiro, que não conhece São Paulo, chega aqui e só porque é candidato do Bolsonaro já está rivalizando com os primeiros”, disse Ciro Gomes.
Já a segunda hipótese, segundo Ciro Gomes, é que os índices de Bolsonaro e aliados são altos por conta da rejeição do PT, isto é, pessoas optam pelo atual presidente e apoiadores porque não querem mais que o Partido dos Trabalhadores volte ao poder.
“A outra banda de eleitores do Bolsonaro, a minha hipótese é que as pessoas estão dizendo que votam no Bolsonaro porque não querem o Lula e o PT de volta. Eu tenho elementos científicos de pesquisas feitas, não para antecipar ou fazer propaganda, mas para gente ir entendendo os movimentos de opinião. Quase um terço do eleitorado do Bolsonaro diz que vota no Bolsonaro porque não quer o Lula e o PT de volta, apesar de estar muito frustrado”, pontuou o pré-candidato.
Ciro Gomes fala em acabar com a reeleição
Ainda na entrevista, Ciro Gomes afirmou que, caso eleito, pretende acabar com a reeleição para presidente. Para ele, a reeleição torna a disputa eleitoral desigual. “Nós temos a reeleição no Brasil, mas, na verdade, na prática, é um mandato de oito anos com um plebiscito no meio”, disse.
“A condição é tão desigual da disputa, a caneta na mão do presidente, faz e desfaz favores, persegue o que interessa, e isso estabelece uma perversão que é muito grave”, acrescentou Ciro Gomes, finalizando que considera a reeleição uma “grande perversão institucional”.
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