Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à presidência da República, afirmou nesta quarta-feira (13) que o clima de radicalização política que vem sendo registrado às vésperas da campanha para as eleições no Brasil acontece principalmente por conta do presidente Jair Bolsonaro (PL). Todavia, ele ressaltou que o ex-chefe do Executivo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também é responsável por acirrar os ânimos.
“Esse clima de radicalização violenta, de perseguição a adversários parte principalmente de Bolsonaro, mas não vou fechar os olhos à verdade e a verdade é que Lula e o PT têm dado uma boa dose de contribuição para acirrar os ânimos todo dia, para jogar o Brasil num clima de medo, violência e incerteza que não se via desde a ditadura militar”, disse Ciro Gomes durante uma live realizada nas redes sociais.
A declaração de Ciro Gomes aconteceu no momento em que ele comentava sobre a morte de Marcelo Arruda, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) que foi assassinado em Voz do Iguaçu, no Paraná, por um guarda municipal apoiador de Bolsonaro enquanto a vítima comemorava seu aniversário de 50 anos que tinha como tema o PT e Lula.
“Como é possível que alguém odeie tanto a opção política do outro a ponto de baleá-lo na frente dos seus filhos, de sua esposa e seus amigos?”, questionou Ciro Gomes, afirmando que não tem “dúvida de que parte das respostas atende pelo nome e sobrenome de Jair Messias Bolsonaro”.
“Um presidente que faz apologia das armas e da violência até mesmo quando está ao lado de crianças, um presidente ligado a milícias e a gente notória pela brutalidade como o deputado Daniel Silveira”, argumentou o pré-candidato à presidência.
Em outro momento, ele afirmou que, em sua visão, vê um grupo de apoiadores de Lula agindo de forma fanatizada, assim como muitos seguidores de Bolsonaro. Na sequência, ele criticou Lula por ter agradecido, no final de semana, durante um evento, o ex-vereador Manoel Eduardo Marinho, o Maninho do PT.
Assim como publicou o Brasil123, ele é acusado de tentativa de homicídio contra um empresário em 2018. Na ocasião, a vítima foi agredida após ofender o PT em frente ao Instituto Lula, em São Paulo. “Considero Lula muito diferente de Bolsonaro porque Lula joga no campo da democracia, com toda a falta de escrúpulo dele, e o Bolsonaro não — joga no campo da ditadura. Mas isso não significa dizer que Lula tem carta banca para dizer o que bem entender”, disse Ciro Gomes.
Por fim, o pré-candidato ainda declarou que vê um Brasil “contaminado pelo ódio”. Para ele, “o que deveria ser uma disputa de ideias está se transformando em um embrião, Deus nos livre e guarde, de uma guerra civil entre esses dois polos radicalizados e sem nenhuma visão de mundo nem de país nem de projeto”.
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