A vida marinha foi descoberta 900 metros abaixo de uma plataforma de gelo da Antártica, para grande surpresa dos cientistas. Pesquisadores do British Antarctic Survey (BAS) encontraram animais vivendo em completa escuridão e com temperaturas de -2,2°C. A revelação inclui esponjas do mar e várias espécies desconhecidas.
Poucas criaturas foram encontradas vivendo em tais condições extremas. Além disso, a descoberta vai contra todas as teorias anteriores sobre que tipo de vida poderia sobreviver dessa maneira.
Os geólogos perfuravam o gelo para coletar amostras de sedimentos quando atingiram uma rocha. Eles enviaram câmeras para investigar e acabaram vendo organismos agarrados à rocha. Os resultados da pesquisa foram publicados no Frontiers in Marine Science nesta segunda-feira (15).
“Esperávamos recuperar um núcleo de sedimento de baixo da plataforma de gelo. Por isso, foi uma surpresa quando batemos na rocha e vimos no vídeo que havia animais vivendo nela”, disse James Smith, um geólogo da BAS que fazia parte da equipe de perfuração.
O local de perfuração ficava a 260 quilômetros de águas abertas, na Antártica. Por esse motivo, deixou os cientistas intrigados sobre como essas criaturas têm obtido comida suficiente para sobreviver.
Descrito como um “acidente feliz”, isso levanta mais perguntas do que respostas. Por exemplo, o que aconteceria a essas comunidades recém-descobertas se a plataforma de gelo desmoronasse, questionou o autor principal do estudo, Huw Griffiths.
Aquecimento global na Antártica
As plataformas de gelo flutuantes são “o maior habitat inexplorado” no Oceano Antártico, de acordo com o BAS. Embora cubram 1,5 milhão de quilômetros quadrados da Antártica, os cientistas estudaram apenas uma área do tamanho de uma quadra de tênis.
Contudo, especialistas alertam que a janela para estudar esses ecossistemas até então inexplorados pode estar fechando. Isso porque o aquecimento global aumenta o risco de que as plataformas de gelo da Antártica colapsem no mar.
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