A China exerceu grande influência no resultado da balança comercial brasileira nos sete primeiros meses de 2021. A saber, o país asiático respondeu por 67,1% do superávit comercial do Brasil no período. Esse valor corresponde a US$ 29,8 bilhões do superávit total, que chegou a US$ 44,4 bilhões entre janeiro e julho.
Vale destacar que a participação da China nas exportações brasileiras alcançou 34,2% do total no período. No entanto, os envios para o país asiático desaceleraram entre maio e julho, que chegou ao fim com um avanço bem mais tímido no comparativo anual (15,2%).
Já para os Estados Unidos, outro forte parceiro comercial do Brasil, os valores ficaram muito mais expressivos nessa base comparativa (75,6%). Da mesma forma, os envios de produtos para a Argentina também saltaram no período (54,1%). No acumulado do ano até julho, as exportações para a China cresceram 34,1%, ficando abaixo dos avanços registrados por Estados Unidos (39,7%) e Argentina (52,7%).
Estes dados fazem parte do Boletim de Comércio Exterior (Icomex), divulgado na última segunda-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FVG/Ibre).
Importações crescem ainda mais no semestre
Além das exportações, a FGV também divulgou os dados das importações brasileiras. No caso das exportações, que tiveram alta de 31,4% em valor no período, o que mais impulsionou o resultado foram os preços, que dispararam 44,9%. Em contrapartida, o volume de produtos embarcados encolheu (-9,0%), o que faz a FGV destacar que o aumento dos preços internacionais responderam sozinhos pelo aumento do valor das exportações.
Já no caso das importações, que saltou 53% entre janeiro e julho, tanto o volume quanto os preços dos produtos impulsionaram o resultado. Nesse caso, o preço cresceu de 6,2% em 2020 para 14,5% em 2021, enquanto o volume disparou de 22,7% para 34,1% em 12 meses.
A FGV destaca que 13 setores pesquisados tiveram crescimento em seus volumes exportados no período, com destaque para o setor de máquinas e equipamentos (40,2%). Já no caso das importações, 18 setores registraram variação positiva em um ano, destacando-se fabricação de máquinas (125,4%), móveis (105,5%), produtos de borracha (87,8%) e farmoquímicos (87,8%).
Por fim, o levantamento esclarece que todos os itens podem ser classificados como commodities, com exceção dos automóveis.
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