A China exerceu grande influência no resultado da balança comercial brasileira em 2021. A saber, o país asiático respondeu por 31,3% das exportações do Brasil em todo o ano passado.
Embora o valor seja bastante expressivo, representa uma queda em relação a 2020, quando a China respondeu por 32,4% das exportações totais do país. Apesar da queda na participação total, o faturamento dos envios para o país asiático cresceu 29,4% em 2021, na comparação com o ano anterior.
Em resumo, isso ocorreu devido à disparada de 38,8% do índice de preços no ano. Esse forte aumento compensou a queda de 6% do volume de envios para a China em 2021.
Por sua vez, a receita gerada com as importações brasileiras de produtos chineses disparou 45,2% no ano passado. Nesse caso, os preços cresceram de maneira mais tímida (+9,9%), enquanto o volume importado da China cresceu bem mais (+22,5%).
Vale destacar que, apesar de as importações terem crescido mais que as exportações para a China no ano passado, houve superávit comercial de US$ 40,1 bilhões em 2021. Inclusive, o valor superou o superávit de 2020, de US$ 33 bilhões.
Em suma, superávit ocorre quando a receita gerada pelas exportações supera os gastos realizados com as importações. No entanto, quando as importações superam as exportações, registra-se déficit comercial.
Estes dados fazem parte do Boletim de Comércio Exterior (Icomex), divulgado na sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FVG Ibre).
Relação com Estados Unidos gera déficit comercial
A relação do Brasil com a China gerou um forte superávit comercial no ano passado. Por outro lado, as relações econômicas com o segundo maior parceiro comercial (Estados Unidos) gerou um déficit comercial expressivo em 2021.
A saber, as exportações para a maior economia do mundo cresceram 45%, impulsionadas pelo aumento dos preços (+24,4%) e do volume (+20,4%) exportado. Já as importações fecharam o ano com alta de 41,3%.
Mesmo que as vendas para os EUA tenham crescido mais que as compras, a relação com o país gerou um déficit comercial de US$ 8,3 bilhões em 2021. Aliás, esse resultado ficou ainda mais expressivo que o déficit registrado em 2020, de US$ 6,4 bilhões.
Por fim, a Argentina também continuou como um forte parceiro comercial do Brasil em 2021. Contudo, o superávit de US$ 591 milhões observado em 2020 se transformou em déficit de US$ 69,9 milhões em 2021. A propósito, as exportações para o vizinho sul-americano cresceram 39%, enquanto as importações dispararam 57,7% no ano.
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