Neste último sábado (26), diversos protestos contra a política de “covid zero” se espalharam pela China, principalmente nas grandes cidades, como Pequim, Xangai e Nanjing. Manifestantes pedem a renúncia do presidente Xi Jinping, bem como o fim das rígidas restrições do governo chinês em relação a covid-19.
Nesse sentido, os protestos se intensificaram após dez pessoas terem morrido em um incêndio ocorrido na última quinta-feira, em um prédio que era alvo de confinamento na cidade de Urumqui, capital da região de Xinjiang. De acordo com testemunhas, os bloqueios realizados dificultaram os moradores a escaparem de seus apartamentos
O presidente Xi Jinping tem recebido diversas críticas devido ao que bloqueou o acesso a algumas áreas do país, buscando isolar todos os casos de covid-19. Atualmente, a China é um dos poucos países que estão buscando isolar completamente os casos de covid-19, atualmente, os países estão buscando conviver com vírus de forma controlada.
Um dos pedidos dos manifestantes foi a retirada do Partido Comunista do poder. Este é um dos pedidos mais incomuns nestes protestos, dado que a liberdade de expressão e a mídia sofrem forte censura na China. De acordo com testemunhas e vídeos publicados na internet, diversos chineses foram detidos pelos policiais.
Embora a política adotada pela China tenha mantido o nível de infecção menor que em países como os Estados Unidos, o custo de manter o isolamento por diversos dias vem sendo questionado pela população. Além disso, o isolamento de importantes regiões chinesas têm afetado todo o mundo economicamente.
Protestos em universidades da China criticam Partido Comunista
Boa parte dos protestos foram realizados em campi universitários, que costumam ser bastante sensíveis às políticas de restrição à liberdade de expressão do Partido Comunista devido aos protestos realizados por estudantes na Praça da Paz Celestial, em 1989. Um estudante, em entrevista concedida à CNN, afirmou que seguranças chegaram a usar jaquetas para cobrir as placas do protesto.
“Diga não ao confinamento, sim à liberdade. Não ao teste de Covid, sim à comida”, dizia a mensagem escrita em uma das placas em protesto realizado em um viaduto de Pequim em outubro, poucos dias da realização do Partido Comunista que garantiu Xi Jinping em um potencial terceiro mandato.
“Abra os olhos e olhe para o mundo, a dinâmica covid zero é uma mentira”, afirma um dos slogans do protesto realizado na Universidade de Pequim. Os protestos continuaram neste domingo, sendo um deles na Universidade de Tsinghua. Centenas de estudantes se reuniram em uma praça contra a política covid zero e a censura.
Outros vídeos e imagens que circularam nas redes sociais mostraram estudantes segurando folhas de papel branco, gritando: “Democracia e Estado de Direito! Liberdade de expressão!
As novas restrições chinesas ocorreram após os níveis de contágio terem aumentado. De acordo com o último relatório divulgado, 4,3 mil novos casos de covid-19 foram detectados somente no último sábado, sendo 82% assintomáticos.
O número de casos de covid é considerado baixo para os padrões internacionais, mas intolerável para as autoridades da China, resultando em confinamentos para grande parte da população da capital, como já aconteceu em Xangai este ano, confinada por dois meses.