O jornal “The Washington Post” informou, nesta terça-feira (24), que um encontro secreto colocou frente a frente William Burns, diretor da agência de inteligência dos Estados Unidos, a CIA, e Mullah Abdul Ghani Baradar, um dos cofundadores do Talibã e chefe político do grupo extremista.
Segundo o jornal, o encontro aconteceu em Cabul, capital do Afeganistão, na segunda-feira (23), e representa o maior encontro entre o governo do presidente americano, Joe Biden, e o Talibã desde que a organização tomou o país e voltou ao comando da região depois de 20 anos.
Ainda conforme a publicação do jornal americano, a CIA se recusou a comentar a reunião de William Burns, o diplomata mais condecorado do gabinete de Biden, com o membro do Talibã, responsável por liderar o acordo de paz do grupo com os EUA.
Acordo dos EUA com o Talibã
Esse acordo em questão foi feito no ano passado, enquanto a presidência dos Estados Unidos ainda era comandada por Donald Trump. No documento, assinado pelo governo do até então chefe do Executivo e pelo grupo extremista, ficou decidido que as tropas americanas e de países aliados sairiam do Afeganistão até maio deste ano.
Após assumir os Estados Unidos, Biden manteve a decisão, mas resolveu adiar a evacuação para o dia 31 de agosto. Todavia, após a tomada de poder do Talibã, o presidente vem sendo pressionado a adiar novamente a saída total de suas tropas.
Grupo ameaça possível novo adiamento
Recentemente, países como Reino Unido, França e Alemanha afirmaram que será necessário mais tempo para evacuar seus cidadãos e também nativos do Afeganistão que trabalharam para esses países e têm sido alvos do Talibã.
Com isso, um novo adiamento começa a ser estudado pelo governo americano, informou o jornal. Todavia, ao saber da possibilidade, o Talibã deixou um recado claro, dizendo que os EUA estarão cruzando uma “linha vermelha” se mantiverem as tropas além do próximo dia 31, prometendo, inclusive, “consequências”.
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