O Banco Central (BC) informou nesta quinta-feira (15) suas projeções para a inflação do país em 2023. A saber, a entidade financeira prevê que há 57% de chance de a taxa inflacionária estourar a meta no ano que vem. Esta informação está presente no Relatório de Inflação do BC.
Por falar nisso, a instituição revisou suas estimativas para a inflação em 2023. De acordo com o relatório, a taxa inflacionária deverá encerrar o próximo ano em 5%. A propósito, a última projeção do BC indicava uma inflação de 4,6% em 2023.
Vale destacar que o Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu a meta da inflação em 3,25% em 2023, mas ela pode oscilar entre 1,75% e 4,75%. Isso acontece porque o CMN também define um intervalo de 1,5 ponto percentual (p.p.) para a taxa.
Assim, caso a inflação oscile nesse intervalo, o país terá cumprido formalmente a meta do CMN, ou seja, não haveria estouro. Contudo, o BC projeta uma inflação de 5% em 2023, o que representaria estouro da meta.
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Estouro da meta da inflação em 2022
No relatório, o BC também revisou sua estimativa para a inflação em 2022, de 5,8% para 6%. A saber, a probabilidade de a taxa inflacionária estourar a meta neste ano está próxima de 100%.
Além disso, o BC afirmou que o Comitê de Política Monetária (Copom) “se manterá vigilante, avaliando se a estratégia de manutenção da taxa básica de juros por período suficientemente prolongado será capaz de assegurar a convergência da inflação”.
Em suma, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta da inflação no país. Quanto mais alta ela estiver, mais altos deverão ficar os juros. E o resultado disso é o encarecimento do crédito e a redução do poder de compra do consumidor, coisas que desaquecem a economia.
“O Comitê reforça que irá perseverar até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, disse o BC no relatório.
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