Uma investigação ainda em andamento da Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma movimentação financeira suspeita na conta de Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação Milton Ribeiro que, assim como publicou o Brasil123, foi preso nesta quarta-feira (22) pela Polícia Federal (PF).
De acordo com informações publicadas pelo jornal “O Globo”, essas movimentações ascenderam o sinal de alerta no órgão. Ainda conforme a publicação, o fato, que mudou o rumo das apurações, foi encontrado há cerca de três semanas.
Uma fonte contou ao jornal que as movimentações pegaram integrantes da CGU de surpresa, fazendo com que, desde então, a equipe do órgão passasse a tentar cruzar essa movimentação com outros indícios e a relação direta de Milton Ribeiro com os pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
“Até então, os cruzamentos feitos pelos desembolsos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e os municípios beneficiados não se mostravam prósperos”, informou o jornal, destacando que o “achado” dos ganhos financeiros atípicos acabou causando um grande impacto na investigação.
De acordo com a CGU, as investigações ainda estão acontecendo e a previsão é de que elas terminem no próximo mês. Nas próximas fases das diligências, Milton Ribeiro deverá ser ouvido e convidado a explicar se, de fato, as movimentações vieram de algum benefício indevido.
As investigações contra Milton Ribeiro começaram após um áudio divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” revelar ele dizendo que havia recebido um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No pedido, o chefe do Executivo teria solicitado que as verbas da pasta passassem a ser direcionadas para prefeituras específicas a partir da negociação feita pelos dois pastores evangélicos, que jamais foram do governo e acabaram presos nesta quarta.
Em um primeiro momento, o ex-ministro foi defendido por Bolsonaro, que disse que colocaria “sua cara no fogo” por Milton Ribeiro. “O Milton, coisa rara de eu falar aqui. Eu boto minha cara no fogo pelo Milton”, disse o presidente na ocasião, completando que o que estavam fazendo com o ex-chefe da pasta era “uma covardia”. Todavia, alguns dias depois, o ex-ministro acabou sendo demitido.
Leia também: Cúpula de Bolsonaro teme desgaste eleitoral por conta da prisão de Milton Ribeiro, ex-ministro da Educação