O valor da cesta básica ficou mais caro em 16 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em outubro. Apenas o Recife registrou queda no preço da cesta no mês passado, de 0,85%.
A saber, a capital com o maior avanço em outubro foi Vitória (6,00%), seguida por Florianópolis (5,71%), Rio de Janeiro (4,79%) e Curitiba (4,75%). Após estes avanços, a cesta mais cara do Brasil foi a de Florianópolis (R$ 700,69). Inclusive, o avanço da capital catarinense a fez ultrapassar São Paulo (R$ 693,79) e Porto Alegre (R$ 691,08), que caíram uma posição, cada.
Em contrapartida, a cesta mais barata foi novamente a de Aracaju (R$ 464,17), apesar da alta de 2,23% no mês. Outros quatro estados também tiveram cestas com preços mais acessíveis em outubro: Recife (R$ 485,26), Salvador (R$ 487,59) e João Pessoa (R$ 491,12), únicas com valores abaixo de R$ 500.
Trabalhador continua comprometendo mais da metade do salário
Além disso, a pesquisa estimou o valor do salário mínimo necessário. Em resumo, a análise levou em consideração a cesta básica de São Paulo, mais cara do país em setembro. Nesse caso, o salário mínimo deveria valer R$ 5.886,50. Isso corresponde a 5,35 vezes o valor do salário mínimo vigente, de R$ 1.100,00.
De acordo com o levantamento, alimentos básicos são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo considera uma família composta por dois adultos e duas crianças. Em setembro, o valor estimado chegou a R$ 5.657,66, o que correspondia a 5,14 vezes o mínimo vigente.
Ainda segundo a pesquisa, o Dieese comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, aquele que possui descontos referentes à Previdência Social. Atualmente, a taxa é de 7,5%, e está nesse nível desde março do ano passado, devido à Reforma da Previdência.
Dessa forma, o resultado mostra que o trabalhador compromete 58,35% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em comparação com setembro, o valor subiu, já que o percentual ficou em 56,53% do salário comprometido.
O levantamento também apontou que o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 118 horas e 45 minutos em outubro. Esse valor também ficou maior que o do mês anterior, visto que, em setembro, estava em 115 horas e 02 minutos.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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