O valor da cesta básica ficou mais caro em 11 das 17 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em setembro. Apenas seis capitais registraram queda no valor de suas cestas básicas: João Pessoa (-2,91%), Natal (-2,90%), Salvador (-1,36%), Aracaju (-0,52%), Recife (-0,42%), Fortaleza (-0,03%), todas do Nordeste.
A saber, a capital com o maior avanço no mês foi Brasília (3,88%), seguida por São Paulo (3,53%), Campo Grande (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%). Após estes avanços, a cesta mais cara do Brasil foi a de São Paulo (R$ 637,45). Inclusive, o avanço da capital paulistana a fez ultrapassar Porto Alegre (R$ 672,39) e Florianópolis (R$ 662,85), que caíram uma posição, cada.
Em contrapartida, a cesta mais barata foi novamente a de Aracaju (R$ 454,03). Outros quatro estados também tiveram cestas com preços mais acessíveis em setembro: João Pessoa (R$ 476,63), Salvador (R$ 478,86), Recife (R$ 489,40) e Natal (R$ 493,29), únicas com valores abaixo de R$ 500.
Trabalhador continua comprometendo mais da metade do salário
Além disso, a pesquisa estimou o valor do salário mínimo necessário. Em resumo, a análise levou em consideração a cesta básica de São Paulo, mais cara do país em setembro. Nesse caso, o salário mínimo deveria valer R$ 5.657,66. Isso corresponde a 5,14 vezes o valor do salário mínimo vigente, de R$ 1.100,00.
De acordo com o levantamento, alimentos básicos são aqueles necessários para as refeições de uma pessoa adulta durante um mês. O cálculo considera uma família composta por dois adultos e duas crianças. Em agosto, o valor estimado chegou a R$ 5.583,90, o que correspondia a 5,08 vezes o mínimo vigente.
Ainda segundo a pesquisa, o Dieese comparou o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, aquele que possui descontos referentes à Previdência Social. Atualmente, a taxa é de 7,5%, e está nesse nível desde março do ano passado, devido à Reforma da Previdência.
Dessa forma, o resultado mostra que o trabalhador compromete 56,53% do salário mínimo líquido para comprar alimentos básicos para uma pessoa adulta. Em comparação com agosto, o valor subiu, já que o percentual ficou em 55,93% do salário comprometido.
O levantamento também apontou que o tempo médio necessário para que um trabalhador adquira produtos da cesta básica chegou a 115 horas e 02 minutos em setembro. Esse valor também ficou maior que o do mês anterior, visto que, em agosto, estava em 113 horas e 49 minutos.
Por fim, as capitais pesquisadas pelo Dieese são: Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis, Goiânia, João Pessoa, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória.
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