Os brasileiros estão tendo que pagar cada vez mais caro para se alimentar no Brasil. A saber, a cesta básica nacional, composta por 13 itens, está muito mais cara do que há um ano. Aliás, as famílias estão precisando gastar mais da metade de um salário mínimo para adquirirem alimentos básicos no país.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 12 dos 13 itens que formam a cesta básica ficaram mais caros nos últimos 12 meses. E quem liderou o ranking dos maiores avanços no período foi o tomate, acumulando uma disparada de 117,48%.
Em outras palavras, a inflação no Brasil vem crescendo expressivamente devido a vários fatores, entre eles a alimentação. Em abril, a prévia da inflação subiu 1,73%, maior variação para o mês dos últimos 27 anos. Com isso, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 12,03%.
Arroz é o único alimento a ficar mais barato em um ano
Os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, mostram que outros sete itens da cesta básica tiveram altas mais expressivas que a própria inflação no país. Eles são: café em pó (65,09%), batata (38,68%), açúcar (37,66%), óleo de soja (30,1%), farinha de trigo (19,82%), leite longa vida (18,52%) e frutas (15,73%).
Os seguintes itens também ficaram mais caros em um ano, mas o avanço foi menor que o da inflação do país: pão francês (11,16%), manteiga (10,54%), carnes (9,06%) e feijão-carioca (6,19%).
A única exceção foi o arroz, cujo preço caiu 12,28% em 12 meses. O item é muito importante na mesa dos brasileiros e sua redução limitou a alta da cesta básica no país. Contudo, a população está precisando gastar mais da metade do salário mínimo para comprar os alimentos da cesta básica.
Por falar nisso, a cesta mais cara do país é a de São Paulo, custando R$ 761,19. Aliás, o valor da cesta básica consumiu mais da metade do salário mínimo em 11 das 17 capitais pesquisadas em abril. A saber, o valor mais baixo foi registrado em Aracaju (R$ 524,99), mas isso ainda representa 43% do salário mínimo.
“Temos uma economia que não cresceu, mercado de trabalho precarizado e renda das famílias caindo. Nesse contexto, o aumento dos bens básicos é extremamente perverso”, disse Patrícia Campos, supervisora da área de preços do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que pesquisa o preço das cestas básicas no país.
Por fim, vale destacar que a inflação elevada vem pressionando o Banco Central (BC) a aumentar cada vez mais os juros no país. O objetivo desta medida é reduzir o poder de compra do consumidor e desaquecer a economia, pois a demanda fica mais fraca e os preços dos bens e serviços tendem a cair.
Contudo, até que isso aconteça, as famílias brasileiras sofrem severamente com uma economia parada e os preços cada vez mais altos.
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