Após a grande repercussão de que o valor da cesta básica pode aumentar com a reforma tributária, outras instituições fizeram a mesma pesquisa. Contudo, o resultado foi diferente. Isso porque, segundo o economista Eduardo Fleury, o preço deve ter queda, caso a nova proposta de impostos seja aprovada no Legislativo. Isso está previsto para acontecer ainda nesta semana.
Dessa forma, a nova proposta de impostos para o país não alterará, de forma relevante, o preço dos produtos mais consumidos do país. Por isso, quem consome a cesta básica não precisa se preocupar.
Como começou a polêmica?
Em divulgação recente, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) afirmou que os produtos da cesta básica devem ficar bem mais caros, caso a reforma tributária passe a ter, de fato, impostos sobre os produtos. Os cálculos da associação levaram em conta alguns produtos, como arroz, feijão, ovos, carne, legumes e outros produtos que entram na composição.
Para a Abras, os estados da região Sul seriam os mais afetados. Isso porque, para esses estados, o texto da reforma tributária prevê um aumento de 93,5% de impostos. Centro-oeste e Sudeste aparecem na posição seguinte, com um aumento de 69,3% na tributação. Por fim, Norte e Nordeste terão um aumento de 40,5% e 35,8% na tributação.
A polêmica é resultado de uma substituição de impostos. Isso porque a proposta da reforma tributária quer unificar impostos federais em apenas um, o IVA. O Imposto sobre Valor Agregado (IVA) pretende substituir o ICMS (estadual), o PIS/Cofins (federal), o IPI (federal) e ISS (municipal). Além desse imposto, o texto da reforma tributária criará um novo imposto seletivo, conhecido como imposto sobre o pecado, que tributará, de forma mais agressiva, bebidas alcoólicas, cigarro, entre outros produtos. Por conta disso, muda-se a incidência dos impostos sobre os produtos da cesta básica, o que pode encarecer a alimentação dos mais pobres.
Economistas refutaram aumento da cesta básica
Em um estudo completo, o economista Eduardo Fleury refez os cálculos, de acordo com a nova reforma tributária. Os estudos apontam que, apenas com as mudanças dos impostos, a cesta básica teria um custo menor que o atual, com uma redução de 1,7% no preço final ao consumidor.
A resposta de Fleury está de acordo com o que o governo acredita. Isso porque o secretário extraordinário da Reforma Tributária do Ministério da Fazenda, Bernard Appy, também afirmou que os cálculos da Abras estariam equivocados.
A proposta da reforma tributária deve ser votada ainda nesta semana. O presidente da Câmara, Arthur Lira, estimou a votação para sexta-feira, 7, mas a votação pode iniciar na quinta-feira, 6.