Cerca de 17% dos motoristas do Brasil admitem que já beberam bebidas alcoólicas antes de dirigir. Pelo menos é isso o que mostra uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Número surpreende.
Em uma primeira vista, a taxa pode não parecer tão alta. Mas é. É que esse número só considera os motoristas que admitiram fazer isso. Dessa forma, aí não estão aqueles que já fizeram isso mas não admitem. Por isso, essa taxa deve ser bem maior.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o número de pessoas presas por dirigir enquanto bebiam foi de 4600 em 2020 até aqui. Em uma conta básica, isso dá uma prisão por esse motivo a cada meia hora no Brasil. Isso considerando apenas as estradas federais.
É um recorde. Nunca o Brasil prendeu tanta gente pelo crime de beber e dirigir depois. De acordo com a própria PRF o recorde tem muito menos a ver com uma mudança de comportamento e muito mais relação com um aumento da fiscalização.
Neste sentido, vale olhar para a situação específica do Piauí. De acordo com o IBGE, a taxa de motoristas que admitem que já dirigiram depois de beber é de 25%. Dessa forma, nós estamos falando de uma taxa muito mais alta do que aquela média nacional de 17%.
Crime de motoristas
Beber e dirigir é crime. Não importa se o motorista acredite que não está bêbado ou se ele acha que consegue chegar bem em casa. E o fato é que o crime vai ganhar uma punição ainda maior a partir de abril de 2021.
Essa é a data em que começam a valer as novas regras do novo Código de Trânsito do Brasil. Motorista bêbado que provoque acidente com mortes pode ter de cinco a oito anos de prisão. Não há fiança, nem a possibilidade de conversão dessa pena em punições alternativas.