Segundo o CEO do Instagram, Adam Mosseri, o Threads, nova rede social da Meta (atual dona do Facebook e Instagram), não irá incentivar a postagens de notícias e discussões políticas. Segundo ele, encorajar posts sobre políticas e hard news aumenta o escrutínio, a negatividade e os riscos à integridade da plataforma. A declaração foi dada em entrevista ao The Verge.
“Não vale a pena entrar nessa área para aumentar o engajamento ou a receita. Há muitas comunidades incríveis – esportes, música, moda, beleza, entretenimento – capazes de criar uma plataforma vibrante, sem precisar recorrer à política e às notícias”, disse Adam Mosseri.
Nesse sentido, nos últimos anos, a Meta vem buscando se afastar das notícias da área política. Nos últimos anos, vem reduzindo o conteúdo sobre os assuntos que os usuários enxergam no Facebook. Inclusive, a empresa eliminou a palavra “Notícias” do seu feed no ano passado. A atitude teve com objetivo entrar em conformidade a uma lei canadense que exige o pagamento pela publicação de notícias dentro da plataforma.
CEO do Instagram aponta que nova plataforma não substituirá o Twitter
Adam Mosseri também respondeu a uma provocação do usuário Alex Health. O usuário disse que, caso o Threads venha a se tornar um concorrente do Twitter, seria necessário que a indústria de notícias o adotasse. Ele argumentou que algo parecido ocorreu com a famosa rede do passarinho. Além disso, o usuário também questionou o CEO do Instagram se a nova rede social estava disposta a isso, dado que a Meta afirmou não priorizar a distribuição de notícias.
“O objetivo não é substituir o Twitter. O objetivo é criar uma praça pública para comunidades no Instagram que nunca embarcaram no Twitter e para comunidades do Twitter (e de outras plataformas) interessadas em um lugar menos raivoso para conversas”, disse Adam Mosseri.
Threads é considerado um sucesso
Lançado na noite da última quarta-feira (5), o Threads já conta com mais de 70 milhões de pessoas que aderiram à nova rede social. Embora a rede prometa se distanciar da polarização encontrada no Twitter, já é possível encontrar fake news e discursos de ódio entre as publicações que circulam na rede.
Nesse sentido, a verdade é que é difícil manter a promessa original. A medida que a quantidade de usuários cresce, também aumenta a disseminação de informações falsas e discurso de ódio que ocorrem em outras plataformas. Por exemplo, se encontram na plataforma usuários como Jack Posobiec, jornalista de extrema-direita que apoia ideias antissemitas e de supremacia branca, Tim Pool, um youtuber acusado de disseminar informações falsas e Chaya Raichiki, uma influenciadora anti-LGBTQ+.
Contudo, o Threads conta com algumas barreiras contra conteúdo nocivo. A plataforma utiliza as mesmas políticas do Instagram. Sendo assim, quando um usuário clica para seguir um perfil marcado por fake news, o próprio app questiona se o usuário tem certeza que quer realizar a ação.