O Centrão somente será fiel ao presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entregando desta forma mais votos para as suas propostas no Congresso Nacional, caso o petista abra mão do Ministério da Saúde e entregue ao grupo. A informação foi revelada nesta quarta-feira (14) pela jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”.
De acordo com a comunicadora, “é essa pasta”, a da Saúde, e não a do Turismo, que também tem sido reivindicada, visto que o União Brasil quer a saída da atual chefe da pasta Daniela Carneiro. Conforme Andreia Sadi, o motivo para o desejo de assumir o Ministério da Saúde é simples: a pasta tem um dos maiores orçamentos da Esplanada, cerca de R$ 180 bilhões, contra “apenas” R$ 580 milhões do Turismo.
Não suficiente, Andreia Sadi também explica que a vontade em assumir a pasta se dá porque o Ministério da Saúde é o principal destinatário das verbas de emendas parlamentares. Hoje, para o Centrão, o grande entrave a uma mudança no comando da Saúde é Alexandre Padilha, ministro de Relações Institucionais, que foi um dos padrinhos da indicação da ministra Nísia Trindade, e o secretário-executivo da pasta, Swedenberger do Nascimento Barbosa.
Por conta disso, integrantes do Centrão passaram a defender a saída de Alexandre Padilha, sugerindo que ele seja trocado por outro integrante do Partido dos Trabalhadores (PT), sendo o favorito para a vaga o senador Jaques Wagner (PT) que, recentemente, em um sinal da boa interlocução que tem com o Centrão, afirmou que havia “lógica” na cobrança do União Brasil pela demissão de Daniela Carneiro, ministra do Turismo que integra o partido, mas enfrenta resistência da legenda e, inclusive, pediu para sair do partido recentemente.
Todavia, Alexandre Padilha, que blinda Nísia exatamente pelo perfil técnico da ministra, conta, até o momento, com o apoio de Lula, que também não pretende mudar o comando da pasta, entregando-a assim, para o Centrão. De acordo com Andreia Sadi, o governo pode até oferecer uma pasta mais robusta ao Centrão que não seja a Saúde.
No entanto, a tendência é que não sejam oferecidos os ministérios da Saúde e nem da Educação, outro considerado robusto e símbolos de um governo. “O PT não está disposto a entregar o ‘coração’ de pastas que ‘cuidam da população'”, afirmou para a jornalista um ministro de Lula.
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