O Governo Bolsonaro vem ventilando nos últimos dias a possibilidade de prorrogação do Auxílio Emergencial. É portanto uma mudança grande de postura em relação ao que vimos no início do ano. A mudança veio logo depois das eleições para as presidências da Câmara e do Senado.
De acordo com uma coluna do jornalista Vinícius Torres Freire, da Folha de São Paulo, isso não é uma coincidência. De acordo com ele, grandes parlamentares do grupo político conhecido como Centrão querem a prorrogação do benefício.
E eles estariam querendo fazer isso sem nenhum tipo de contrapartida. Dessa forma, ao menos neste primeiro momento, eles estão cobrando a manutenção do auxílio sem nenhum corte em nenhuma outra área.
Interlocutores do Palácio do Planalto afirmam que isso era tudo o que Bolsonaro queria fazer desde o começo. Mas o Ministro da Economia, Paulo Guedes, vê isso de forma completamente diferente. O Ministro diz que um gasto desse tamanho iria impactar as gerações futuras.
Seja como for, os parlamentares do Centrão já deram o ultimato. Em troca, eles prometeram ajudar a aprovar reformas como a da autonomia do Banco Central e Administrativa sem maiores problemas. O Palácio do Planalto não comentou o conteúdo da coluna.
Centrão e Bolsonaro
Mesmo prometendo na campanha que não faria isso, Bolsonaro se uniu com o Centrão nos últimos meses. A união foi importante para o Presidente porque ele conseguiu eleger os seus nomes para as presidências das duas casas legislativas.
Seja como for, há o outro lado dessa história. É que esses deputados costumam pedir favores em troca. Para se ter uma ideia, partidos do Centrão já disseram que querem comandar os Ministérios da Cidadania e da Educação. Bolsonaro já está planejando essas mudanças.