O “centrão” espera ver qual será o efeito do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família, para avaliar seu apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Hoje, de acordo com os integrantes do grupo, a imagem do chefe do Executivo está desgastada, principalmente por conta de suas atitudes diante da pandemia da Covid-19.
De acordo com a jornalista Andreia Sadi, da “Globo News”, líderes dos principais partidos que integram o “centrão”, que é o bloco que vem sustentando o presidente no Congresso, estão demonstrando uma certa preocupação por conta dos resultados das recentes pesquisas internas do governo junto ao eleitorado.
Segundo ela, a principal preocupação desses líderes é quanto ao resultado das pesquisas que têm como foco a posição do chefe do Executivo sobre a vacina contra a Covid-19. Isso porque uma pesquisa mostrou que caso o presidente se vacinasse, sua avaliação poderia alcançar índices melhores do que os atuais.
Por conta disso, conta a jornalista, auxiliares do presidente e aliados gostariam de convencer ele a se imunizar. Em um primeiro momento, um integrante da cúpula da Câmara cogitou ligar para o chefe do Executivo para pedir que ele recuasse a respeito da objeção ao passaporte da vacina e a imunização em si.
No entanto, essa pessoa, conforme Andreia Sadi, acabou desistindo por acreditar que o presidente não recuaria. “Bolsonaro está perdendo para ele mesmo, seu maior opositor é ele mesmo”, teria disso essa pessoa.
Esperança é o Auxílio Brasil
Devido aos percalços que Bolsonaro deve enfrentar nas eleições de 2022 por conta de suas atitudes durante a pandemia, o “centrão” acredita que o Auxílio Brasil de R$ 400 é um dos únicos fatores que pode ajudá-lo a recuperar seu apoio.
No entanto, a cúpula do grupo vai esperar para ver quais serão os efeitos do benefício para, somente depois disso, decidir se estará ou não com o presidente no pleito presidencial, onde ele terá como maior rival o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que tem liderado as pesquisas de intenção de votos.
Segundo Andreia Sadi, caso opte por apoiar Bolsonaro, o “centrão” quer participar até da definição de uma vice para o presidente. Ele quer um militar para a vaga, mas o bloco deseja indicar a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, para o posto.
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