Centenas de deputados e senadores de Mianmar estão em prisão domiciliar nesta terça-feira (2) em um complexo habitacional oficial do governo. Eles são vigiados por soldados desde que os militares tomaram o poder em um golpe e prenderam políticos importantes, como a líder de fato do país, Aung San Suu Kyi.
Um dos parlamentares detidos disse que ele e cerca de 400 outros passaram uma noite sem dormir, preocupados que pudessem ser levados embora, mas estavam bem. Eles puderam falar uns com os outros dentro do complexo e se comunicar com o exterior por telefone, mas não foram autorizados a deixar o conjunto habitacional em Naypyitaw, a capital.
“Tínhamos que ficar acordados e alertas”, disse o parlamentar à Associated Press, sob condição de anonimato, por preocupação com sua segurança. Ele afirmou que Suu Kyi não estava presa com eles e que a polícia está dentro do complexo.
Golpe de Estado em Mianmar
O golpe veio à tona na manhã da última segunda-feira (1), quando os deputados e senadores se reuniram na capital para a abertura de uma nova sessão parlamentar. O exército alegou que a tomada do era legal conforme a constituição do país, apesar da ação ter sido amplamente condenada na comunidade internacional.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou as ações dos militares de “um ataque direto à transição do país para a democracia e o Estado de Direito”. Ele também ameaçou com novas sanções ao país.. O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir ainda nesta terça-feira para discutir a situação de Mianmar.
Os militares afirmaram que ocorreram fraudes nas eleições realizadas em novembro e que a Justiça eleitoral do país não conseguiu constatar o erro. Por isso, o exército decidiu tomar o poder em um “estado de emergência” que deve durar um ano.