A inflação afeta o bolso do consumidor de forma geral, no entanto, a proximidade de datas comemorativas, como o Natal, aumenta a demanda por itens específicos e pressionam os preços para cima. Neste ano, não será diferente. Um levantamento feito pelo economista Fernando Agra, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a pedido da CNN, apontou que a Ceia será 16% mais cara esse ano.
Os dados da pesquisa foram divulgados no final do mês de novembro e teve como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o indicador oficial de inflação do governo federal que é divulgado mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa fez uma análise de 28 itens da Ceia de Natal.
De acordo com Fernando Agra, não somente o avanço da inflação no Brasil explica o aumento dos preços da Ceia, mas também a variação da taxa cambial. “Além da inflação, a taxa cambial mais alta também afeta os custos dos produtos da Ceia de Natal. Com um dólar crescente, frente ao real, a exportação dos produtos brasileiros aumenta e, consequentemente, faz a oferta no mercado interno cair, o que gera um encarecimento dos produtos”, afirmou o economista.
Itens a base de leite puxam alta da Ceia e Natal
O levantamento feito pelo economista mostrou que o leite condensado teve uma alta de 32,6%, enquanto a manteiga sofreu um aumento de 23,1%. A inflação do leite foi uma das maiores em 2022 e a Ceia de Natal possui boa parte dos pratos produzidos com base neste item, o que vai atrapalhar bastante o bolso dos consumidores.
Outros alimentos que irão afetar o preço da Ceia de Natal são as frutas. “Algumas frutas também subiram e ajudaram o encarecimento da sobremesa para a Ceia de Natal este ano. A manga e o melão, que tiveram safras impactadas pela crise hídrica no Brasil em 2021, registram alta nos custos de aproximadamente 30% no período”, disse o economista.
Por outro lado, alguns itens bastante presente na Ceia sofreram queda, como a carne de porco e o arroz, que tiveram redução no custo de 3% e 4,6%, respectivamente, neste período. Já aves, um alimento bastante tradicional nesta época, sofreu um aumento de 5% em média.
Além da pesquisa do economista, a XP também apontou o aumento de alguns itens. O relatório também apontou o aumento de leite e derivados, assim como o do pão francês, que subiu 18,1% no período. Outro item bastante consumido no Natal que sofreu aumento foi o bacalhau, atingindo alta de 7,9%.
Dessa forma, os consumidores precisarão pesquisar bastante na hora das compras para que se possível economizar o máximo possível. Uma outra alternativa é buscar métodos de pagamentos que não prejudiquem outras contas. Por exemplo, uma alternativa é realizar compras em mercados que façam o parcelamento das compras, de preferência sem juros.
É importante lembrar que as contas das compras de fim de ano chegam no início de 2023, junto com outras contas típicas do período, como o pagamento de IPTU, matrícula escolar e, em algumas situações, pagamento de IPVA e licenciamento anual de veículos, o que provoca a necessidade de um bom planejamento das contas.