A cédula de R$200 foi lançada há pouco mais de 2 anos, mais precisamente em 2 de setembro de 2020, com o objetivo de evitar um desabastecimento de papel-moeda entre a população em um período mais restritivo da pandemia da covid-19.
“Com a pandemia, a procura da população pelo dinheiro em espécie aumentou, e essa ocorrência se repetiu em vários países. A quantidade de dinheiro em circulação subiu de cerca de R$260 bilhões para R$315 bilhões entre março e 31 de agosto”, disse o Banco Central na época do lançamento.
Contudo, desde então, os brasileiros estão a cada dia vendo menos a maior cédula de nossa moeda em circulação. Inclusive, desde seu lançamento, a inflação fez com que os R$200 o poder de compra da cédula passasse a valer, atualmente, aproximadamente R$160. Alguns brasileiros, ao serem entrevistados, afirmam até mesmo que nunca viram a cédula em operação e, quando viram, foram pouquíssimas vezes e há bastante tempo.
Segundo o Banco Central, órgão responsável pela emissão de dinheiro brasileiro, “o ritmo de utilização da cédula de R$200 vem evoluindo em linha com o esperado e deverá seguir em emissão ao longo dos próximos exercícios”. Além disso, segundo o BC, “qualquer nova denominação de cédula entra em circulação de forma gradual e de acordo com a necessidade”.
Um dado curioso sobre o lançamento da cédula de R$200 é que sua estampa com o lobo-guará está aprovada desde os anos 2000, aguardando apenas uma eventual necessidade para que fosse criada uma nova cédula, como foi o caso da pandemia, mencionado acima.
Outras explicações para a baixa circulação da cédula de R$200
Segundo o professor de economiza no Manckenzie, Josilmar Cordenossi, existe uma certa insegurança da população em carregar uma cédula que representa um valor tão alto, o que pode estar também afetando a circulação da cédula de R$200 entres os brasileiros.
“O risco de ser assaltado inibe as pessoas de carregar valores altos em cédulas em papel. Mas, por outro lado também inibe andar com celulares que têm aplicativos bancários com acesso ao Pix ou cartão de crédito/débito, por causa do risco de sequestro-relâmpago”, argumentou. Segundo ele, “não está claro” se a violência no país de fato afetou a circulação da moeda.
De acordo com a economista da FGV, Carla Beni, algo que pode estar afetando a circulação da cédula de R$200 é a rejeição por parte de lojistas, dado que notas mais altas dificultam o troco. Devido à baixa circulação, segundo ela, as instituições financeiras não vêm solicitando ao BC mais cédulas desse valor. “É uma nota que equivale a 20% do salário mínimo, criada para ter baixa circulação. Além disso, o uso do Pix reduz a utilização de dinheiro em espécie”, afirmou Beni.
Embora os brasileiros estejam vendo pouca circulação da nota de R$200, não há expectativa de descontinuar sua utilização. “A nova cédula foi incorporada à Segunda Família de Cédulas do Real e passou a compor o meio circulante do país por tempo indefinido”, afirmou o Banco Central, em nota divulgada no ano passado.