A eleição presidencial do Brasil em 2022 é um evento chave na trajetória da maior economia da América Latina. A campanha presidencial de Jair Bolsonaro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorre em um momento de alta polarização no país. Assim, uma vitória de Lula, com leve vantagem nas pesquisas, seria uma virada histórica para a esquerda no Brasil, enquanto a vitória de Bolsonaro legitimaria a democracia de seu governo, que muitos veem como impopular.
No entanto, o petista disse hoje (25) em suas redes sociais que não buscará a reeleição em 2026 se for eleito no próximo domingo (30).
Último mandato de Lula
Em seu Twitter, Lula escreveu: “Eu se eleito serei um presidente de um mandato só. Os líderes se fazem trabalhando, no seu compromisso com a população”. Apesar da fala aberta, o petista vem dando indícios desde agosto que não pretendia disputar um segundo mandato. Caso eleito, Lula terá um grande desafio pela frente, sobretudo sobre o crescimento econômico, a política fiscal e em vários setores-chave da economia brasileira, incluindo Petróleo e Gás, Infraestrutura e Energia e Renováveis.
Sucessor do petista
A afirmação de Lula em suas redes sociais abriu espaço para debate sobre um possível sucessor fora do campo petista nas eleições de 2026. Lula, porém, disse que não tem um sucessor natural no momento, afirmando as dificuldades de formar um líder político no país. “Sou presidente de um mandato só. Os partidos que comecem a se preparar para indicar um sucessor. Quero dizer que um líder se faz na luta, na briga do dia a dia”, disse. “Não é fácil criar uma liderança, mas as pessoas estão livres para virarem lideranças. É só querer”, complementou.
Lula defende diálogo entre Câmara e Senado
Em entrevista à rádio Nova Brasil FM nesta terça-feira (25), o presidente disse que, se vencer, procurará o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a fim de buscar soluções para que os R$ 600 do Auxílio Brasil seja mantido a partir de janeiro. “Se ganharmos as eleições no domingo, queremos discutir com o Congresso para botar o dinheiro necessário para cumprir aquilo que está previsto”, afirmou.
Além disso, Lula ressaltou que desconhece o orçamento de 2023 definido pelo governo. “Não conheço o Orçamento todo e não foi aprovado ainda totalmente pelo Congresso. Vamos pegar o Orçamento e analisar que tipo de remanejamento a gente pode fazer”, avaliou o ex-presidente.
Defesa de salários igualitários
Durante a entrevista, questionado sobre seu eleitorado feminino, Lula disse que será necessária uma lei que regule a igualdade salarial para homens e mulheres que prestam o mesmo tipo de serviço. “Vamos garantir que o homem e a mulher vão ganhar igual. A mulher não pode ser tratada como segunda classe”, destacou. O ex-presidente disse, sem detalhar a proposta, que o governo federal lançaria um debate para tratar dos problemas de endividamento das famílias brasileiras.