Uma reportagem publicada nesta segunda-feira (27) pelo portal “UOL” revelou que Victoria Camacy Amorim Correia Bartolomeu, filha de Arilton Moura, pastor apontado como um dos líderes do gabinete paralelo no Ministério da Educação (MEC), recebeu um auxílio emergencial durante a pandemia da Covid-19.
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De acordo com a reportagem, a filha do pastor, preso na operação que investiga supostos desvios de verba do ministério, recebeu R$ 3.900 do benefício do Auxílio Emergencial. Além dela, seu marido, Helder Diego da Silva Bartolomeu, também recebeu o benefício: R$ 4.150 no total.
Segundo as informações, seria Victoria a mulher que, de acordo com a defesa de Milton Ribeiro, teria comprado, em fevereiro deste ano, por R$ 32 mil, um carro avaliado em R$ 50 mil – a quantia teria sido depositada na conta de Myriam Ribeiro, esposa do ex-ministro.
Conforme os dados que constam no Portal da Transparência, de maio a dezembro de 2020, Victoria recebeu cinco parcelas de R$ 600 e três parcelas de R$ 300. Enquanto isso, o marido da mulher recebeu cinco parcelas de R$ 600, três de R$ 300 e uma de R$ 250. Isso, entre maio e dezembro de 2020 – somados, o casal recebeu R$ 8.050 do benefício governamental.
De acordo com o “UOL”, os dois não eram inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), ou seja, não recebiam benefícios do governo federal anteriormente. Sendo assim, para receber os benefícios, ambos se cadastraram pelo município de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.
Nas redes sociais, Victoria se define como “microempreendedora”. Ela tem uma loja online que produz bonecas, laços e acessórios para crianças.
A prisão do pastor
O pai de Victoria foi preso suspeito de chefiar casos de corrupção no MEC. As investigações sobre esses eventuais crimes começaram após um áudio divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” revelar Milton Ribeiro falando que havia recebido um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL). Esse pedido seria no sentido de que a liberação de verbas da pasta deveria ser direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos: Gilmar Santos e Arilton Moura.
Apesar das suspeitas e da alegação do juiz Renato Borelli de que a prisão preventiva era necessária, pois medidas cautelares a serem aplicadas aos investigados seriam “inadequadas e insuficientes”, um desembargador mandou soltar Milton Ribeiro e, consequentemente, os demais capturadores, incluindo Arilton. De acordo com Ney Bello, desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), os envolvidos deveriam ser soltos porque os fatos investigados não são atuais.
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