Victor Godoy, o atual ministro da Educação, afirmou que os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura subornaram um servidor do Fundo Nacional de Desenvolvimento Nacional da Educação (FNDE) dando uma moto para ele.
A informação foi revelada nesta terça-feira (28) pelo jornal “Folha de S.Paulo” e consta em um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU), que investiga casos de corrupção na gestão de Milton Ribeiro, ministro que comandava a pasta antes de Victor Godoy.
De acordo com a publicação, o jornal teve acesso ao documento de 300 páginas. Nele, consta que a investigação da Polícia Federal (PF) ouviu testemunhas que classificaram os pastores como lobistas do “balcão de negócios” no Ministério da Educação (MEC).
Conforme as investigações, mesmo sem terem nenhum cargo oficial no governo, os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura tinham poder sob a agenda de Milton Ribeiro e, supostamente, chegavam a cobrar propina para a liberação de recursos a prefeituras.
Segundo o relatório da CGU, a moto foi dada pelo pastor Arilton Moura a um servidor do FNDE identificado apenas como João. A propina teria sido dada com o objetivo de agilizar a liberação do dinheiro.
No relatório, que serviu como base para a operação realizada na última quarta-feira (22) pela Polícia Federal, batizada de “Acesso Pago”, constata-se que o funcionário já foi exonerado pelo MEC e hoje é um dos investigados pela CGU.
Em depoimento, Victor Godoy afirmou que Milton Ribeiro quis nomear Arilton Moura a um cargo do MEC. A ideia era que ele ocupasse um posto no gabinete do até então ministro, mas, como não havia vaga, Victor Godoy, que ocupava a função de secretário-executivo do MEC, ofereceu ao pastor um cargo em sua área com salário de pouco mais de dez mil reais.
Todavia, Arilton Moura não teria gostado do salário, o que abriu espaço para que Luciano Musse, advogado que fazia parte da comitiva dos pastores, fosse nomeado e passasse a ser o representante dos religiosos dentro da pasta. Até o momento, todos os suspeitos negam ter cometido qualquer irregularidade.
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