As investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco e de seu assessor Anderson Gomes estão em risco por conta do vazamento de informações sigilosas, afirmou o Ministério Público do RJ (MPRJ) nesta segunda-feira (12).
Acusado de matar Marielle e Anderson fez pesquisas sobre outras vítimas de assassinatos, diz MP
De acordo com informações publicadas durante o jornal “RJ2”, por conta desse risco, na última semana, a investigação perdeu três peças importantes:
- O responsável pela Delegacia de Homicídios, delegado Moysés Santana;
- E as promotoras Simone Sibilio e Letícia Emile, que integravam a força-tarefa do MPRJ.
Segundo a reportagem, as duas promotoras, que estavam no caso Marielle praticamente desde o início, reclamaram de interferências externas no caso e, por isso, pediram exoneração. A última ação das duas foi denunciar o delegado da Polícia Civil Maurício Demétrio.
No mês passado, assim como publicou o Brasil123, esse mesmo delegado foi preso suspeito de comandar um esquema que exigia propina de lojistas, que vendiam roupas falsificadas.
Segundo a reportagem, as promotoras descobriram algo além das propinas exigidas dos logistas: elas constataram que Demétrio recebeu, de uma pessoa ainda não identificada, informações sigilosas do caso Marielle e Anderson.
Esses dados sigilosos fazem parte do processo sobre a morte de Marielle e estavam no e-mail de um ex-agente da Polícia Civil que teve o sigilo quebrado durante as investigações. Conforme o “RJ2”, esse ex-policial seria ligado à contravenção e também investigado pelas mortes da vereadora e do motorista.
Demétrio teve acesso e usou essas informações sigilosas porque afirmou que o ex-policial era seu desafeto e estaria o monitorando, colocando sua vida em risco. Com as informações sigilosas, Demétrio protocolou petições no Ministério Público Eleitoral e também no Ministério Público Federal.
Com a protocolação da denúncia, informações secretas do caso Marielle e Anderson acabaram expostas, sem autorização judicial. Devido a essa exposição, Demétrio acabou sendo denunciado por crime de violação de sigilo.
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