A defesa de Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (03) que o ex-presidente da República deve conceder um depoimento à Polícia Federal (PF) por conta da investigação de supostos dados falsos sobre sua vacinação contra a Covid-19.
De acordo com a corporação, essa oitiva deve acontecer “o quanto antes”. Esse depoimento de Bolsonaro poderia ter acontecido nesta terça, mas acabou não acontecendo porque a defesa do ex-presidente afirmou que não teve acesso ao processo e acusações – Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou, na tarde desta quarta, o sigilo do processo.
Em entrevista ao canal “CNN Brasil”, Paulo Cunha Bueno, que é um dos advogados de Bolsonaro, disse também que haveria “qualquer motivo” para a prática. “A contrario sensu do quanto amplamente noticiado na data de hoje, não haveria qualquer motivo para que o ex-Presidente promovesse ou determinasse a confecção de certificados falsos”, disse.
Além dele, quem também falou foi Fábio Wajngarten, outro advogado de Bolsonaro. Na ocasião, ele não descartou a hipótese de hackeamento de registro de vacina. “O tema de potencial hackeamento do cartão de vacina do presidente é um tema antigo. Desde 2021 que constaria, em tese, um certificado de vacina em um dia em que ele estava em Brasília, e a vacinação teria acontecido em São Paulo”, disse o advogado.
Comprovantes de vacinação
Assim como publicou o Brasil123, investigações da PF constataram que foram incluídas informações sobre a aplicação de duas doses da vacina da Pfizer contra Covid-19 no cartão de vacinação do ex-presidente. Conforme aponta o relatório da PF, foram quatro certificados de vacinação emitidos pelo usuário associado a Bolsonaro.
De acordo com a PF, existem evidências que apontam que os certificados de vacinação foram emitidos por pessoas próximas a Bolsonaro, e que “não se evidenciou qualquer fato suspeito relacionado à utilização indevida do usuário do ex-Presidente da República por terceiros não autorizados”.
Não suficiente, investigadores da corporação afirmam que as diligências mostraram que Bolsonaro e assessores próximos “tinham plena ciência da inserção fraudulenta dos dados de vacinação, se quedando inertes em relação a tais fatos até o presente momento”.
Nesta quarta, após a operação da PF, Bolsonaro concedeu uma entrevista ao canal “Jovem Pan” dizendo que não tomou a vacina contra a Covid-19. “O objetivo da busca e apreensão na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro: cartão de vacinação. O que eu tenho a dizer para vocês: eu não tomei a vacina”, disse ele.
Leia também: EUA afirma que era necessário estar vacinado quando Bolsonaro foi ao país