Dados que constam no site da Receita Federal mostram que as joias dadas de presente ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo regime da Arábia Saudita somaram um valor maior do que o apreendido durante os últimos seis anos no aeroporto de Guarulhos, que fica em São Paulo e é um dos maiores do país.
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Foi no aeroporto de Guarulhos que agentes da Polícia Federal (PF) aprenderam as joias, que somam R$ 16,4 milhões divididos em objetos como metais preciosos, quadros e pinturas, e chegaram ao país de forma irregular.
Conforme dados do aeroporto, entre 2017 e 2023 os aeroportos brasileiros apreenderam quase R$ 27 milhões em joias, obras de arte e outros itens de valor que não foram declarados por passageiros na chegada ao Brasil. Deste total, 61% foram apreendidos no país via aeroporto de Guarulhos, enquanto outros 20% pelo Galeão, no Rio de Janeiro.
Assim como publicou o Brasil123, ao todo, foram dois pacotes com joias vindos da Arábia Saudita e endereçados a Bolsonaro e sua esposa, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. O primeiro tinha um colar de diamantes, brincos e um relógio feminino e foi apreendido, em outubro de 2021, junto com o então assessor do ministro das Minas e Energia, Marcos Soeiro.
Já o segundo pacote, que continha um relógio masculino, caneta e abotoaduras, entrou no Brasil na bagagem do então ministro Bento Albuquerque, na mesma viagem. Como não foi retido pela Receita, esses itens foram entregues para Bolsonaro.
Na semana passada, a defesa de Bolsonaro entregou os itens, exceto os que estão no galpão do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet. Segundo o jornal “Folha de S. Paulo”, na propriedade de Nelson Piquet estão itens de alto valor e tratados como bens pessoais como um relógio Rolex, um par de abotoaduras em ouro branco, com um brilhante cravejado no centro e outros itens.
Por outro lado, os itens entregues pela defesa do ex-presidente, que nesta quinta-feira (30) retornou ao Brasil após três meses nos Estados Unidos, estão em uma agência da Caixa Econômica Federal, em Brasília. Essas joias foram entregues após uma ordem do Tribunal de Contas da União (TCU), que entende que, ao deixar o cargo, um presidente da República não pode levar consigo bens de valor elevado.
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