Carlão Pignatari (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), afirmou nesta quarta-feira (13) que “não passa pano na cabeça de ninguém” ao comentar sobre o caso do deputado estadual Arthur do Val (União Brasil), que viu a Comissão de Ética da Alesp aprovar, na terça (12), o pedido de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
Assim como vem publicando o Brasil, toda essa polêmica envolvendo o parlamentar, também conhecido como “Mamãe Falei”, acontece por conta de seus áudios machistas sobre refugiadas ucranianas. Na ocasião, ele disse que as mulheres daquele país, que vive uma guerra, “são fáceis porque são pobres”.
“O Artur vai ser penalizado com o maior rigor. Depois de 20 anos eu acredito que nós teremos uma nova cassação de um deputado na Assembleia Legislativa”, disse Carlos Pignatari, em clara alusão ao último deputado cassado, Hanna Garib – ele perdeu seu mandato em 1999 após ter sido considerado culpado por participar de um esquema de corrupção.
O que precisa acontecer para Arthur do Val perder seu mandato
Agora, após a aprovação no Conselho de Ética, o caso do deputado passará por cinco sessões da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Será lá, por exemplo, que será analisado se o deputado teve direito de defesa.
Depois dessas sessões, o caso irá para o plenário, em projeto de lei. Será lá que os deputados irão votar para a cassação ou não do parlamentar. Para que Arthur do Val perca seus direitos políticos serão necessários 46 dos 91 votos possíveis.
Segundo o presidente da Alesp, as últimas eleições foram prejudiciais para a Casa, que viu pessoas de rede social e “radicais” eleitos. “É muito triste se você ver hoje a Alesp. Nós temos o julgamento na próxima semana no plenário do deputado Frederico Davila, que ele xingou o papa, o bispo. Esse mandato está sendo fora da rota. Não só por pessoas da rede social, mas também os radicais”, disse ele.